Erdogan quer reestruturação da ONU e pede mais dinheiro para refugiados
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, considerou hoje que a ONU se arrisca a tornar numa organização "com reputação para falhar" caso não seja reestruturada, e pediu mais fundos destinados aos refugiados sírios instalados no país.
© Reuters
Mundo Presidente Turquia
No seu discurso perante a Assembleia geral da ONU, reunida na sua sessão anual, Erdogan considerou perante os líderes mundiais que a organização "se afastou da capacidade de garantir as expectativas da humanidade através da paz e do bem-estar" e está destinada ao fracasso caso não seja reestruturada, em particular o Conselho de Segurança, que desde 1945 mantém os mesmos cinco membros permanentes.
Erdogan evocou a Bósnia, Ruanda e a situação dos palestinianos para defender a reorganização do organismo mundial e evitar o seu falhanço.
"Acreditamos que, quando dizemos que o mundo é maior que cinco, nos tornamos na voz da consciência comum da raça humana", disse. Erdogan referia-se aos Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e os únicos com direito de veto.
Na sua alocução, Recep Tayyip Erdogan também pediu aos dirigentes mundiais, em particular à União Europeia (UE), mais fundos para ajudar o seu país a fornecer apoio aos refugiados sírios.
No seu discurso no conclave da ONU, assegurou que a Turquia já despendeu 32 mil milhões de dólares (27,2 mil milhões de euros) destinados aos refugiados e apenas recebeu 600 milhões de apoio externo e 1.700 milhões de euros fornecidos pela UE a organizações não governamentais.
"Esperamos um apoio mais abundante, generoso e flexível da Turquia, em particular da UE", apontou. Erdogan recordou que o seu país acolheu 3,5 milhões de sírios e evitou a chegada de muitos refugiados a território europeu.
Sublinhou ainda que os sírios que se encontram na Turquia têm acesso a educação e cuidados de saúde gratuitos, à semelhança dos cidadãos do país.
Sobre o conflito na Síria, Erdogan defendeu os seus esforços para garantir uma solução negociada do conflito e para evitar novos sofrimentos da população.
Nesse sentido, disse que o recente acordo firmado com a Rússia para evitar os "sangrentos ataques do regime" contra Idlib, último bastião da oposição, "abriu o caminho" para uma solução política do conflito.
O líder turco denunciou ainda no seu discurso o "protecionismo" e o uso das sanções como "arma", num período de plena tensão entre a Turquia e os Estados Unidos na sequência das taxas alfandegárias e outras medidas impostas este ano por Washington.
Apesar de não mencionar especificamente os Estados Unidos, Erdogan criticou "alguns países" que estão a "criar o caos" no mundo e assegurou que a Turquia é alvo de ações "injustas".
"Ninguém pode ficar calado perante o cancelamento arbitrário de acordos comercias, a expansão do protecionismo e a utilização de sanções económicas como arma", insistiu.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com