Em causa estão declarações de Donald Trump, à margem da reunião da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em que disse que o Presidente da Venezuela poderia ser derrotado rapidamente se os militares venezuelanos tivessem essa vontade.
"O Governo da Venezuela manifesta a mais enérgica condenação perante as declarações belicistas e ingerencistas emitidas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, orientadas a promover uma insurreição militar no país e que evidenciam qual a política de mudança de regime que promove o seu Governo, com a participação de alguns governos latino-americanos", lê-se no comunicado divulgado hoje, em Caracas.
O documento, do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela, afirma ainda que "estas declarações não representam um elemento isolado, uma vez que emergem num contexto de sucessivas ameaças de intervenção militar na Venezuela e sob o aumento da presença militar norte-americana na região, tendentes a criar um conflito regional de proporções insuspeitas".
"O Governo da República Bolivariana da Venezuela manifesta o seu compromisso com a paz e a estabilidade regional, e perante as infames expressões, rende homenagem à dignidade e honra das Forças Armadas Bolivarianas, instituição legatária do espírito libertário de Simón Bolívar e garante da estabilidade, a defesa e a Paz da nação, ratificando assim a sua vontade de defender a independência e a soberania do povo venezuelano", conclui.
Donald Trump disse, terça-feira, que o regime de Nicolás Maduro "poderia, francamente, ser derrotado muito rapidamente se os militares (venezuelanos) decidirem fazer isso".
O Presidente dos EUA falava aos jornalistas após encontrar-se pela primeira vez, com o seu homólogo colombiano, Iván Duque.
"Já viram como os militares se dispersaram quando ouviram que explodia uma bomba, muito por cima das suas cabeças. Esse militares estavam-se protegendo e isso não é bom", disse Trump, numa alusão ao frustrado atentado de 04 de agosto último contra Nicolás Maduro.
Por outro lado explicou não acreditar que os "marines" norte-americanos tivessem corrido numa situação dessas.