"Na essência, não haverá diferença entre as declarações de paz que foram feitas até agora, porque já criámos uma cultura de generosidade e compreensão, mas essa declaração é a oportunidade de divulgar essa posição ao mundo", explicou um dos organizadores, o rabino Alon Goshen-Gottstein.
Este religioso, diretor do Elijah Interfaith Institute - uma ONG internacional patrocinada pela UNESCO -, está por trás dessa ideia, que visa reunir em Haia, na Holanda, os líderes de todas as religiões, sem diferenciar o número de seguidores, para fazer um apelo histórico: "Faça amigos de todas as religiões".
O papa Francisco, o dalai Lama, o grande mufti do Egito Shauqi Alam (a autoridade máxima autoridade religiosa islâmica do país) e o rabino emérito do Reino Unido, Jonathan Sacks, já demonstraram o seu apoio a esta iniciativa.
A partir de hoje, o trabalho vai concentrar-se na elaboração dessa declaração, cujo conteúdo será negociado com representantes de diferentes líderes em reuniões conjuntas ou específicas, antes da assinatura em junho de 2020.
A primeira reunião vai acontecer entre os dias 25 e 29 de novembro, durante a reunião anual do conselho de líderes religiosos do mundo, a ser realizado na Extremadura (Espanha).
Goshen-Gottstein não acredita que os conflitos atuais, como o de Israel e Palestina, possam ser uma barreira ou uma "politização" do processo de negociação da declaração e acrescentou que "as amizades religiosas devem ser construídas longe da política".
Esta declaração, que deverá ser assinada numa cerimónia internacional, visa "reduzir a tensão social em todo o mundo, estimulando o contacto interpessoal".