Especialistas denunciam que sistema de saúde está em crise na Venezuela
O sistema de saúde da Venezuela está em crise profunda, alertou hoje a Organização dos Estados Americanos (OEA), num documento em que dá conta de mortes por desnutrição em hospitais e cita especialistas internacionais em direitos humanos.
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Mundo OEA
O documento faz alusão à morte de pelo menos 16 crianças num hospital venezuelano, devido à falta de higiene e a desnutrição, entre outras causas.
"Estamos chocados porque os próprios hospitais converteram-se em lugares onde se põe em risco a vida das pessoas", explica.
"O sistema de saúde na Venezuela atingiu um momento de crise (...) o acesso à saúde, uma responsabilidade fundamental do Estado está num estado de grave deterioração", refere a organização no documento, citando especialistas das Nações Unidas (ONU) e da Comissão Inter-americana de Direitos Humanos (CIDH).
Segundo a OEA tanto a ONU como a CIDH têm instado "o governo (venezuelano) a atuar com urgência, para mobilizar os recursos necessários disponíveis, inclusive através da cooperação internacional, para restaurar o sistema de saúde no país".
O documento revela que "pelos menos 16 crianças com menos de 5 anos de idade morreram no Hospital Universitário de Pediatria Dr Zubillada, no Estado de Lara (oeste de Caracas) ao longo de 2018, devido a infeções causadas por higiene deficiente".
"Também há relatórios da morte, em hospitais, de meninos e meninas por desnutrição, infeções respiratórias agudas, doenças diarreicas agudas e por outra causas" derivadas da falta de condições existentes, sublinha.
A OEA sublinha a "preocupação profunda" porque as crianças "estão a morrer por causas que se podem prevenir, relacionadas com o estado de deterioração das instalações de saúde, escassez de materiais para a saúde, como medicamentos, assim como pela falta de medidas sanitárias e de higiene eficazes".
"Estamos, além disso, desconcertados (...) porque trabalhadores da saúde, jornalistas e familiares de crianças e de vítimas, denunciam que estão sendo perseguidos e intimidados", sublinha.
São também referidos os idosos que, lê-se no documento, enfrentam uma situação de extrema vulnerabilidade perante o encerramento de instalações de prestação de cuidados e a escassez de medicamentos e alimentos.
"Eles (os especialistas) estão extremamente preocupados com os resultados de um estudo que mostra que as pessoas mais velhas perdem 16 quilos por ano, em média, devido à escassez de alimentos nos centros de cuidados no estado de Miranda (perto de Caracas)".
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