Mais de 15 jornalistas sauditas detidos em "opacidade" desde há um ano
Mais de 15 jornalistas e 'bloggers' sauditas foram presos "na maior opacidade" desde setembro de 2017, afirmou hoje a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que exige um inquérito internacional independente sobre o destino do cronista e escritor Jamal Khashoggi.
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Mundo RSF
"Este desaparecimento insere-se numa vaga de repressão severa e muitas vezes opaca dirigida aos jornalistas sauditas. Os RSF solicitam um inquérito internacional independente para determinar o que lhe aconteceu", indicou em comunicado a ONG com sede em Paris.
O desaparecimento de Jamal Khashoggi "decorreu num contexto de intensificada repressão aos jornalistas e 'bloggers' no seu país de origem", acrescenta a associação de defesa da liberdade de imprensa.
"Desde setembro passado, mais de uma quinzena deles foram presos na Arábia Saudita na maior opacidade: na maioria dos casos, a sua prisão nunca foi oficialmente confirmada, e o seus locais de detenção ou as acusações que lhes foram dirigidas também nunca foram tornadas públicas", prosseguiu a ONG.
Os RSF citam diversos casos, incluindo o do jornalista Saleh el Shihi, dado como desaparecido em dezembro e cuja detenção "apenas foi confirmada em fevereiro de 2018, quando os seus mais próximos souberam que tinha sido condenado a cinco anos de prisão", ou ainda de Fayez ben Damakh, "um célebre jornalista e poeta saudita", de quem não existem notícias desde setembro de 2017, "data na qual estava em vias de lançar uma cadeia de informação no Kuwait", e que segundo os media locais "terá sido simplesmente sequestrado e extraditado para a Arábia Saudita".
Em entrevista na sexta-feira à agência Bloomberg, o príncipe herdeiro saudita Mohammed ben Salmane afirmou que Jamal Khashoggi efetivamente "entrou" no consulado saudita em Istambul, mas que saiu pouco depois. E sugeriu inclusive às autoridades turcas que "fizessem uma busca" no consulado.
Na noite de sábado, responsáveis turcos referiram que, segundo os primeiros elementos do inquérito, Khashoggi, 59 anos, um crítico do regime de Riade a viver nos Estados Unidos e colaborador do diário Washington Post, foi assassinado no consulado saudita de Istambul, informações que responsáveis do reino saudita consideraram "desprovidas de fundamento".
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