Medidas contra uigure visam garantir estabilidade e segurança, diz China
A China defendeu hoje que as medidas repressivas contra a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure visam "garantir a estabilidade e segurança" do extremo noroeste do país, negando a existência de campos de doutrinação política.
© Reuters
Mundo Xinjiang
"Temos ouvido comentários de algumas entidades acerca disso, mas são apenas rumores e acusações infundadas", afirmou em conferência de imprensa o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang.
O porta-voz reagiu assim a um relatório publicado na quarta-feira pela Comissão Executiva para a China do Congresso norte-americano, que denuncia o "internamento massivo e arbitrário de até um milhão ou mais de uigures" em campos onde são forçados a criticar o islão e a própria cultura, a aprender mandarim e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês.
Lu Kang defendeu que todas as medidas adotadas na região do Xinjiang, onde habitam os uigures, visam lutar contra o terrorismo e "garantir a estabilidade social e segurança", e contam com "total apoio" da população local.
"Há entidades que querem interromper os esforços, mas é inútil", disse.
A China criou esta semana uma nova lei que permite o uso de centros para "educar e transformar pessoas influenciadas pelo extremismo" religioso.
Pequim argumenta que os "centros de educação vocacional" são necessários para ajudar "os que foram enganados pelo extremismo religioso (...) através do reassentamento e educação".
Organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram nos últimos meses o internamento forçado de uigures, sem direito a julgamento, nem acesso a advogados e familiares.
As detenções podem ocorrer sob acusações como aceder a portais estrangeiros ou contactar familiares além-fronteiras, segundo várias ONG.
Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.
Desde então, as autoridades lançaram uma campanha repressiva, que foi reforçada a partir de 2016, quando o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete.
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