Jornalista marroquino acusado de "incitamento ao terrorismo"
O jornalista marroquino Ali Anouzla, que hoje compareceu perante um juiz pela publicação de um ‘link’ para um vídeo da Al-Qaida sobre Marrocos, foi acusado por “assistência material”, “apologia” e “incitamento ao terrorismo”, referiram os seus advogados.
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Mundo Al-Qaida
Em comunicado, os Repórteres sem Fronteiras (RSF) “condenaram” de imediato a decisão por demonstrar “ignorância”, pelas autoridades marroquinas, “da essência do trabalho jornalístico” e o seu “desprezo” existência “no entanto crucial (…) de ‘media’ independentes”.
Diretor da versão em árabe do ‘site’ de informações Lakome, Anouzla foi detido em 17 de setembro em Rabat “após a difusão (…) de um vídeo da Aqmi [Al-Qaeda do Magreb Islâmico] que incitava à execução de atos terroristas”, considerou o procurador-geral do rei.
Após uma semana de detenção na sede da Brigada Nacional da Polícia Judiciária (BNPJ) de Marrocos, em Casablanca, o diretor do Lakome deverá passar hoje a primeira noite na prisão de Salé, em Rabat.
Em 17 de setembro, o Lakome em língua árabe publicou um artigo onde se referia que o grupo islamita radical Aqmi, acabava de difundir na internet um vídeo de propaganda onde apela à ‘jihad’ (guerra santa) em Marrocos.
O texto era acompanhado por um ‘link’ que remetia para o blog de Ignacio Cembrero, jornalista do diário El País, que continha um registo do vídeo da Aqmi.
O ministério da Justiça marroquino anunciou na semana passada que iria apresentar uma queixa em Madrid contra o El País, por ter difundido o vídeo.
As principais associações marroquinas de direitos humanos, e ainda 50 ONG e associações profissionais internacionais, incluindo a Amnistia Internacional (AI), já exigiram a libertação imediata do jornalista e referem que Anouzla permanece, desde há muito, na mira das autoridades marroquinas devido à linha editorial independente e crítica do Lakome.
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