Trump segura Senado, mas perde Câmara à boleia de nova geração. E agora?
Eleições intercalares desta terça-feira impõem um novo desafio à administração de Donald Trump, que perde controlo da Câmara Baixa do Congresso norte-americano. Os distritos elegem novas forças, chamando gerações mais jovens e diversas, numa altura de divisão na sociedade. No Senado, porém, os republicanos mantêm a maioria.
© Reuters
Mundo Intercalares
Os democratas conseguiram, esta terça-feira, capitalizar a divisão que existe na sociedade norte-americana e mudaram a cor a 27 assentos da Câmara dos Representantes, alterando a maioria naquela que é a Câmara Baixa do Congresso norte-americano – e enviando, ao mesmo tempo, uma forte mensagem ao governo de Donald Trump.
Ainda falta apurar pouco mais de 20 lugares para os 435 da Câmara dos Representantes, mas os democratas já conseguiram alcançar os 220 assentos necessários para a maioria, estando os republicanos com 194 assentos apurados, conforme indica o Politico.
Recorde-se que o Congresso norte-americano é composto pela Câmara dos Representantes, constituída por 435 assentos, e pelo Senado, que conta com 100 assentos. Ao passo que na Câmara dos Representantes as eleições acontecem de dois em dois anos, no Senado os mandatos são de seis anos (a cada dois anos é renovado cerca de um terço do Senado).
No Senado, porém, o G.O.P. (Grand Old Party, Partido Republicano) manteve a maioria, faltando apurar ainda cinco assentos (51 contra 45).
Os comportamentos inversos na Câmara Alta e na Câmara Baixa do Congresso fazem adivinhar uma eleição presidencial (2020) dividida e conflituosa, como, de resto, se tem caracterizado o ambiente político e social nos Estados Unidos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já telefonou à líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, para a felicitar pela vitória do seu partido naquele órgão do Congresso norte-americano.
E se Trump leu o resultado destas eleições, sobretudo o facto de ter segurado a maioria no Senado, como um "tremendo sucesso" para os republicanos, Pelosi desde logo decretou que a conquista da Câmara dos Representantes pelos democratas representa "um novo dia para o país".
Eleições intercalares marcadas por estreias históricas
Estes números significam o fim do monopólio do Partido Republicano no Congresso, uma tomada de posição que o Partido Democrata faz à boleia de uma geração mais jovem e mais diversa: um recorde de mulheres congressistas, a congressista mais jovem de sempre, o primeiro homossexual assumido a ser eleito governador, as primeiras mulheres indígenas e as primeiras mulheres muçulmanas a serem eleitas para os Representantes.
Deb Haaland, do Novo México, e Sharice Davids, do Kansas© Reprodução
As candidatas democratas Deb Haaland, do Novo México, e Sharice Davids, do Kansas, fizeram história como as primeiras mulheres indígenas a serem eleitas para a Câmara dos Representantes e Ilhan Omar e Rashida Tlaib foram as duas primeiras mulheres muçulmanas a conseguir o mesmo feito, nestas eleições intercalares em que se quebrou o recorde de mulheres no Congresso.
Rashida Tlaib And Ilhan Omar Are The First Muslim Women Elected To Congress https://t.co/CrRBCafKUc
— Cristina M. Silva (@mccnms) 7 de novembro de 2018
Ilhan Omar é uma refugiada somali, enquanto Rashida Tlaib, nasceu em Detroit, filha de imigrantes palestinianos.
'This is what is possible when everyday people come together.' —Watch Alexandria Ocasio-Cortez's historic victory speech pic.twitter.com/rTvz9BVR5F
— NowThis (@nowthisnews) 7 de novembro de 2018
Alexandria Ocasio-Cortez, nascida em Puerto Rico, também fez história esta terça-feira ao ser eleita pelo círculo eleitoral de Nova Iorque. Com apenas 29 ano, é a mulher mais jovem da história a conseguir um assento no Congresso. Conseguiu uma vitória de 78% dos votos contra 13,8% para o republicano Anthony Pappas. O também democrata Jared Polis, de 43 anos, também entra na história ao tornar-se o primeiro homossexual assumido a ser eleito governador.
Jared Polis, de 43 anos de idade© Reuters
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