"Tolerância e solidariedade representam o futuro da Europa"
O futuro da União Europeia (UE) assenta na "tolerância e na solidariedade" e não há nele "lugar para o nacionalismo e o egoísmo", defendeu hoje a chanceler alemã, Angela Merkel, no Parlamento Europeu (PE).
© Reuters
Mundo Angela Merkel
"A Europa é a melhor oportunidade de paz, de bem-estar e de segurança para os seus cidadãos", disse a chanceler, que hoje discursou no plenário de Estrasburgo no âmbito do ciclo de debates com chefes de Estado e de Governo sobre o futuro da Europa.
"O nacionalismo e egoísmo não têm lugar na Europa. A tolerância e solidariedade representam o nosso futuro comum", afirmou Merkel, que ao longo de cerca de 20 minutos de intervenção repetiu uma dezena de vezes as palavras "tolerância" e "solidariedade".
A chanceler, que perdeu milhares de votos na Alemanha com a abertura aos refugiados durante a crise migratória de 2015, voltou a defender a decisão como acertada.
Na fase de debate, em resposta ao eurodeputado britânico eurocético Nigel Farage, que a criticou pela "entrada em massa" de imigrantes na Europa e afirmou que as consequências disso vão ser visíveis no PE que vai ser eleito em maio, Angela Merkel afirmou: "Foi a decisão certa, apesar de não ter sido a mais fácil".
Na intervenção inicial defendeu "a responsabilidade da Europa" no acolhimento de quem precisa, frisando a prioridade a "uma política comum".
"É uma tarefa europeia comum. A solidariedade é valor básico universal, é uma responsabilidade, é do nosso interesse, é para o nosso bem-estar", afirmou.
No plano da imigração, Merkel deu como exemplos de políticas comuns o combate aos problemas na sua origem, como "assegurar que as condições de vida das pessoas melhoram", através da ajuda ao desenvolvimento e da cooperação económica, mas também no combate às alterações climáticas.
Sublinhando que, durante a crise de 2015, a UE conseguiu "ultrapassar muitos obstáculos" e deve tirar daí lições para o futuro, Merkel frisou que "a questão central é encontrar abordagens comuns" e citou a necessidade de "desenvolver uma política de asilo comum".
No plano económico, a chanceler alemã defendeu que "uma Europa estável precisa de uma economia sã", assente na "responsabilidade e controlo".
"Estamos a trabalhar na união bancária, mais tarde será a vez de um sistema de seguro [bancário] europeu que permita reduzir riscos dos governos nacionais", disse.
A terceira vertente evocada pela chanceler foi a política de defesa e segurança, em que defendeu a criação de "um verdadeiro exército europeu", complementar à NATO, e de "um Conselho de Segurança europeu", cuja presidência seria alternada entre Estados-membros, para permitir que "as decisões podiam ser tomadas mais rapidamente".
"São três exemplos de entre muitos: problemas difíceis que os cidadãos querem que a Europa trate", disse, frisando que isso "não quer dizer" que a UE tem de "estar em todo o lado".
"Solidariedade significa lidar quando é necessário e de uma maneira eficaz", concluiu.
Angela Merkel apresentou hoje ao Parlamento Europeu a sua visão do futuro da Europa, no 12.º de um ciclo de debates com chefes de Estado e de Governo iniciado em janeiro e que contou com a participação do primeiro-ministro português, António Costa, em março.
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