Turquia mantém preso um dos 14 intelectuais e ativistas detidos
Apenas uma das 14 pessoas detidas na sexta-feira na Turquia numa operação que motivou críticas na Europa e nos EUA continua hoje em detenção, informou a agência de notícias oficial da Turquia.
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Mundo Turquia
Segundo a agência Anadolu, Yigit Aksakoglu, que trabalha na Universidade Bilgi, em Istambul, ficou detido.
Aksakoglu é o representante turco da Fundação privada Bernard van Leer para o desenvolvimento da infância.
Na sexta-feira, a polícia turca deteve 14 figuras da sociedade civil em quatro províncias, incluindo professores e ativistas, na sequência de uma investigação sobre alegados apoios a protestos contra o governo em 2013.
Todos são acusados de terem "fomentado o caos e a desordem" e "procurado derrubar o governo" no decurso das manifestações antigovernamentais de 2013 desencadeadas por um movimento de protesto contra os projetos imobiliários no parque Gezi, no centro de Istambul.
Os detidos estão associados a uma organização não-governamental presidida pelo empresário Osman Kavala, que permanece detido sem processo desde há um ano na sequência de um controverso inquérito por alegadas ligação ao fracassado golpe de Estado de julho de 2016.
Kavala é presidente da fundação Cultura Anatolia, destinada a ultrapassar as dificuldades na sociedade turca através da cultura e das artes.
Muitas vezes comparado pelos media turcos pró-governamentais com o milionário norte-americano George Soros, Kavala foi detido em 18 de outubro de 2017.
Acusado de tentativa de derrube da ordem constitucional, foi colocado em detenção preventiva em novembro de 2017 e ainda não foi formalmente acusado.
As detenções de sexta-feira suscitaram uma vaga de críticas na Europa e nos Estados Unidos.
A porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, sublinhou que os EUA estavam "muito preocupados" pelas detenções e apelaram às autoridades turcas para libertarem todos os interpelados.
A UE considerou as detenções "alarmantes", alertando, em comunicado, que estas medidas "contrariam o compromisso declarado pelo Governo turco em termos de direitos humanos e liberdades fundamentais".
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