Médicos criticados por pedir limites às armas. Ontem, alvo foi hospital
Associação Nacional de Armas de Fogo da América (NRA), o maior lóbi de armas de fogo dos Estados Unidos, criticou os médicos por falarem sobre as armas, pedindo-lhes que se "metam no que lhes diz respeito". Esta segunda-feira, três pessoas foram mortas num hospital, incluindo uma médica.
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Mundo Chicago
Pelo menos seis pessoas foram baleadas na segunda-feira no Hospital Mercy, em Chicago, quando um homem decidiu matar a sua ex-noiva, uma médica, tirando a vida a mais duas pessoas, uma farmacêutica e um agente de polícia.
Este novo ataque com arma de fogo adensa as críticas à Associação Nacional de Armas de Fogo da América (National Riffle Association - NRA), o maior lóbi de armas de fogo dos Estados Unidos, duas semanas depois desta associação ter pedido aos médicos para que se “metam no que lhes diz respeito”.
Esta reação da NRA surgiu depois de um artigo publicado pelos médicos da American College of Physicians (ACP) no dia 30 de outubro, onde os profissionais de saúde se debruçaram sobre os ferimentos e mortes resultantes das armas, catalogando o tema como uma questão de saúde pública.
“A NRA diz que os médicos se deviam meter no que lhes diz respeito na questão das armas; digam isso ao Hospital Mercy”, titula um editorial publicado esta terça-feira pelo Chicago Sun Times.
Vários médicos acorreram ao Twitter para dar conta dos seus protestos. “Não há maior horror para um médico que operar um colega que foi baleado. Ou declarar um amigo morto. Mas para os médicos, pacientes e socorristas no Hospital Mercy, isto diz respeito. Precisamos de controlo de armas agora”, escreveu, por exemplo, o cirurgião Eugene Gu.
There’s no greater horror for a doctor than to operate on a colleague who was shot. Or to declare your friend dead. But for the doctors, patients, and first responders at Mercy Hospital, this is their lane. We need gun control now.
— Eugene Gu, MD (@eugenegu) 19 de novembro de 2018
O coro de críticas, porém, não se resume à comunidade médica, que ainda há uma semana protestava através da publicação de imagens dos blocos operatórios. “Lembram-se quando a NRA disse aos médicos para se meterem no que lhes diz respeito? A bola está do vosso lado, NRA”, escreveu uma utilizadora.
Remember when the @NRA told doctors who talked about the patients they had to pull bullets out of to "stay in their lane"?Your move, NRA.Reports of active shooter and multiple victims near Mercy Hospital in Chicago pic.twitter.com/rfHXXxKH8A
— Holly Figueroa O'Reilly (@AynRandPaulRyan) 19 de novembro de 2018
"Médicos, enfermeiros, professores, estudantes, jogadores, pessoas que vão a concertos, a bares, jornalistas, crentes, clientes de restaurantes = HUMANOS. Portanto, digam-me de novo o que é que nos diz respeito, NRA?", inquire outra utilizadora de Twitter.
Doctors, nurses, teachers, students, gamers, concert goers, bar patrons, club goers, reporters, worshipers, restaurant customers = HUMANS. So, tell me again whose fucking lane is it @NRA ? When is it #enough ?
— Team Witch Hunt #resist (@b3tinarn) 19 de novembro de 2018
A NRA, o maior lóbi de armas de fogo dos Estados Unidos, tem advogado fortemente contra qualquer medida restritiva no que respeita à venda de armas de fogo.
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