Estados Unidos, México e Canadá assinaram novo acordo comercial
Estados Unidos, México e Estados Unidos assinaram hoje, em Buenos Aires, um novo acordo de comércio, conhecido com T-MEC, que precisa agora de ratificação nos congressos para entrar em vigor.
© Reuters
Mundo Buenos Aires
O representante do Comércio Exterior dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, o secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo, e a ministro das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, assinaram hoje o novo pacto, em Buenos Aires, à margem da cimeira do G20, numa cerimónia em que estiveram presentes os presidentes dos três países.
Ao fim de um ano de complexas negociações, os três governos assinaram finalmente o tratado que regulará o comércio na América do Norte, substituindo o Tratado de Comércio Livre da América do Norte, conhecido como NAFTA, que vigorou durante 24 anos.
Após as assinaturas governamentais, o processo passa agora para o tabuleiro da política interna dos países, para uma etapa de ratificação que se prevê difícil.
Nos EUA, o departamento de Comércio já admitiu que o Congresso tem colocado várias objeções aos termos do acordo, que deverão agora aumentar de tom com a maioria Democrata na Câmara de Representantes, após as eleições intercalares de outubro.
No México, o acordo foi firmado pelo Presidente cessante, Enrique Pena Nieto, mas o novo Presidente, Andrés López Obrador, que toma posse no sábado, não esconde reservas sobre várias cláusulas do novo documento.
Mas no dia em que o acordo é assinado, os governos mostram-se satisfeitos e motivados para convencer os congressos da bondade do T-MEC.
"O novo acordo de comércio livre da América do Norte mantém a estabilidade para toda a economia do Canadá -- estabilidade essencial para milhões de postos de trabalho e para famílias da classe média ao longo do país que confiam em relações de comércio fiáveis e fortes com os nossos mais próximos vizinhos", afirmou na quinta-feira Justin Trudeau, Presidente do Canadá.
Contudo, o governo do Canadá reconhece que ainda há muito trabalho a fazer, agora que o processo entre na etapa dos pormenores e da aprovação interna a nível parlamentar.
"Um grande número de pormenores técnicos precisa ainda de ser limados e fechados", reconheceu quinta-feira a ministra das Relações Externas do Canadá, Christya Freeland.
Donald Trump congratulou-se pela assinatura do pacto dizendo que "foi um percurso longo e difícil" e considerou um bom prenúncio para as negociações comerciais que tem em mãos com a China, tema que será levado para a cimeira do G20 e que será questão fundamental na reunião bilateral com o Presidente chinês, Xi Jinping.
Trump disse quinta-feira que a economia dos EUA tem muito a ganhar com o T-MEC e considerou que os interesses nacionais do setor automóvel, que foi um dos elementos de negociação mais difícil, estão salvaguardados.
As quotas de exportações de automóveis e as tarifas sobre a importação de alumínio são agora dois temas de discussão difícil no Congresso dos EUA, com grupos de congressistas Democratas a questionarem a eficácia das novas regras.
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