Coletes amarelos voltam hoje às ruas. Paris preparou medidas preventivas
Os "coletes amarelos" voltam a sair hoje às ruas em Paris, numa ação que levou as autoridades francesas a adotarem múltiplas medidas preventivas, designadamente o reforço policial nas ruas, que envolve o desdobramento de mais de 90 mil agentes.
© Reuters
Mundo Manifestação
Uma delegação de representantes, incluindo figuras como Benjamin Cauchy e Jacline Mouraud, reuniu sexta-feira com o primeiro-ministro Édouard Philippe, para tentar encontrar soluções para um impasse negocial que se arrasta há quatro semanas, mas esse gesto não foi acompanhado pela desmobilização da ação de protesto, que começou por ser contra os aumentos dos combustíveis.
A delegação de representantes do movimento "coletes amarelos" tinha feito ao longo da semana vários apelos para que uma quarta manifestação não ocorresse hoje em Paris, para evitar novos distúrbios e confrontos com a polícia.
Pelas 9 horas deste sábado, ainda antes da manifestação, as autoridades policiais registavam já mais de 300 interpelações, na sua maioria devido a posse de materiais perigosos e objetos de arremesso.
Para prevenir a o efeito de nova manifestação, das ruas do centro de Paris, desapareceu quase todo o mobiliário urbano, com receio de que possa ser usado como armas pelos milhares de manifestantes que hoje tomarão de assalto a zona dos Campos Elísios.
Mais de 90 mil agentes policiais foram mobilizados para o quarto sábado consecutivo de protestos dos "coletes amarelos" e veículos blindados que não eram usados desde os tumultos de 2005 voltam à cena dos conflitos.
As autoridades policiais dizem ter informação de que grupos radicais rebeldes se vão infiltrar nas manifestações de hoje, armados e perigosos.
Por isso, ao longo da semana, foram distribuídos folhetos aconselhando os comerciantes a não abrir as portas e os funcionários a não se aproximarem da zona onde a manifestação se vai realizar.
Uma dezena de museus, incluindo o Louvre, e pontos turísticos como a torre Eiffel estarão encerrados, tal como vários grandes armazéns e muitas das lojas do luxuoso bairro à volta da avenida dos Campos Elísios.
Uma marcha pelo ambiente, marcada para hoje, foi deslocada para outra zona da cidade, procurando que não haja mais misturas num cenário que se pode tornar explosivo, depois de declarações inflamadas de membros do movimento "coletes amarelos".
O anúncio de suspensão de aumentos de impostos sobre combustíveis, anunciado esta semana pelo governo, parece não ter produzido efeito.
"De acordo com as informações que possuímos, radicais e rebeldes vão mobilizar-se amanhã", disse na sexta-feira o ministro do Interior, Christophe Castaner, reconhecendo que o movimento de contestação é hoje muito diferente daquele que há quatro semanas iniciou os protestos.
Ao longo da semana, grupos de estudantes no sul de Paris, em cidades como Nice e Marselha, manifestaram-se contra as reformas no ensino e também essas marchas resultaram em violentos confrontos com a polícia, provocando feridos e detenções.
Para hoje, na manifestação de Paris são igualmente esperados muitos estudantes universitários que se mobilizaram depois de reuniões ao longo da semana para discutir os argumentos do movimento "coletes amarelos".
Desde que se iniciou, em 17 de novembro, a agitação contra o governo já provocou quatro mortes, centenas de feridos e dezenas de detenções.
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