Rússia condena comentários dos EUA sobre aviões na Venezuela
Moscovo condenou hoje o comentário "não diplomático" dos Estados Unidos sobre o envio de dois bombardeiros estratégicos Tupolev TU-160M2 para manobras militares na Venezuela.
© Reuters
Mundo Dmitri Peskov
Dois bombardeiros estratégicos Tupolev TU-160M2, um avião de transporte Antonov AN-124 e um avião de longo alcance Ilyushin II-62, das Forças Aéreas da Rússia chegaram na segunda-feira à Venezuela para exercícios militares, anunciaram o exército russo e o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino Lopez.
O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, não escondeu a sua irritação e, através da rede social Twitter, afirmou que estava a ver "dois governos corruptos" a desperdiçarem dinheiro público, esmagando a liberdade "enquanto o seu povo sofre".
"É claro que não é diplomático da parte do secretário de Estado", disse hoje Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, considerando que a mensagem de Pompeo no Twitter é "inaceitável".
"Não concordamos", afirmou em reação às acusações de corrupção, acrescentando que os Estados Unidos não deviam fazer tais comentários quando "metade do orçamento do seu exército dava para alimentar toda a África".
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que os Estados Unidos ficaram "histéricos".
"Apenas dois aviões e o Departamento de Estado ficou histérico. Colegas, vocês não deviam 'stressar' tanto", escreveu na rede social Facebook.
As forças aéreas da Rússia e da Venezuela vão realizar exercícios militares conjuntos para a defesa do país sul-americano, perante um eventual ataque aéreo, anunciou o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López.
"Estamo-nos a preparar para defender a Venezuela até ao último palmo, quando for necessário. E isso será feito com os nossos amigos, porque temos amigos no mundo (...) que defendem as relações de respeito entre os Estados", justificou o governante.
Vladimir Padrino López falava à televisão estatal venezuelana no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía onde, acompanhado do Estado Maior Superior das Forças Armadas Venezuelanas recebeu uma centena de pilotos russos.
A chegada dos pilotos das Forças Aéreas da Rússia coincide com um período de relações tensas entre Washington e Caracas.
Os Estados Unidos têm aplicado sanções contra a Venezuela e acusam o Governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro de violar os direitos humanos e minar a democracia no país.
No domingo, Nicolás Maduro denunciou que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado contra o seu Governo, coordenada a partir de Washington.
No próximo dia 10 de janeiro, Nicolás Maduro é empossado para um novo mandado de seis anos.
A União Europeia, os Estados Unidos e vários países da região não reconheceram as eleições vencidas por Maduro como justas nem livres.
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