O primeiro-ministro belga, o liberal francófono Charles Michel, apresentou a demissão ao rei Philippe no passado dia 18, numa altura em que o seu Governo estava prestes a cair no Parlamento devido a uma moção de censura.
A crise foi aberta quando os ministros da Nova Aliança Flamenga (N-VA, nacionalistas) abandonaram o Governo em oposição ao apoio do país ao Pacto mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) para regular as migrações.
O rei Philippe aceitou a demissão de Michel, mas após consultas com os partidos pediu ao executivo para se manter em funções até à realização das eleições, previstas para maio.
A preocupação em evitar eleições antecipadas está também relacionada com a realização em junho, no espaço comunitário, de eleições europeias. Ainda em 2019 irão realizar-se na Bélgica eleições locais.
Hoje, numa mensagem de vídeo de quase cinco minutos, o rei fez um apelo aos dirigentes políticos belgas para que adotem uma atitude responsável neste tempo de crise.
"O nosso país atravessa um período turbulento. Há questões que preocupam, com razão, os nossos cidadãos. Tenho confiança no sentido de responsabilidade dos nossos dirigentes para agirem no interesse do país", disse o rei.
No seu discurso, o monarca referiu expressamente às próximas eleições federais, locais e europeias e reclamou "verdadeiros debates", para que o exercício de voto resulte de "uma reflexão madura"