China condena "comentários irresponsáveis" de Justin Trudeau
A China pediu hoje ao Canadá que pare com "comentários irresponsáveis", após o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, ter classificado de "arbitrária" a condenação à pena de morte de um canadiano, por tráfico de droga, no país asiático.
© Reuters
Mundo Condenação
A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, descreveu como um "erro" as declarações de Trudeau, que acusou ainda Pequim de usar o seu sistema judicial para pressionar o Canadá, no âmbito da detenção de Meng Wanzhou, diretora financeira do grupo chinês das telecomunicações Huawei.
Hua apelou a Otava que respeite a legislação da China.
Um tribunal da província de Liaoning, nordeste da China, condenou à pena de morte o canadiano Robert Lloyd Schellenberg, por tráfico de droga, depois de, no final do mês passado, ter ordenado a repetição do seu julgamento.
Schellenberg foi detido há mais de quatro anos e inicialmente condenado a 15 anos de prisão, em 2016, pelo Tribunal Popular de Dalian.
No entanto, um mês após a detenção no Canadá de Meng Wanzhou, o Tribunal Popular Superior da província de Liaoning considerou a pena "incorreta" e ordenou a repetição do julgamento.
O mesmo tribunal agendou o julgamento para segunda-feira, com apenas quatro dias de aviso prévio, e, num único dia ditou a pena de morte.
O tribunal revelou durante o julgamento que Schellenberg tentou transportar 222 quilos de metanfetaminas de Dalian para a Austrália.
"É extremamente preocupante para nós, enquanto governo, como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados, que a China tenha optado por começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte", afirmou Trudeau.
O Canadá passou, entretanto, a avisar os seus cidadãos em visita à China para que tenham um "alto grau" de cautela devido ao "risco de aplicação arbitrária das leis locais".
Meng foi detida a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.
Após terem ameaçado o Canadá com "graves consequências", caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte, ambos acusados de "prejudicarem a segurança nacional da China", e anunciou a repetição do julgamento de Robert Lloyd Schellenberg.
Meng foi, entretanto, libertada sob fiança por um tribunal canadiano.
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