Colômbia oferece até 1,1 milhões para capturar chefes da guerrilha
A Colômbia reforçou as medidas contra o Exército de Libertação Nacional (ELN) oferecendo recompensas até 1,1 milhões de euros para informações que localizem os líderes guerrilheiros, na sequência do atentado de janeiro em Bogotá que provocou 21 mortos.
© Reuters
Mundo Recompensa
"Não vamos permitir mais uma única humilhação por parte do ELN", advertiu hoje o Presidente Ivan Duque no decurso de uma reunião com os governadores de todos os departamentos [divisão administrativa] em San Agustín (sudoeste).
O ELN, considerada a última guerrilha da Colômbia, tornou-se no principal inimigo das autoridades após o atentado com um carro armadilhado em 17 de janeiro contra a escola da polícia em Bogotá, que provocou 21 mortos para além do autor do ataque, segundo o último balanço oficial.
O ELN reivindicou esta atentado como uma "operação lícita" e enquadrada na "guerra" que desencadeou contra o Estado colombiano desde 1964.
Em reação, o Presidente de direita Ivan Duque pôs termo às conversações de paz, iniciadas pelo seu antecessor Juan Manuel Santos em 2017, e exerceu pressão sobre o Governo cubano para entregar os negociadores da guerrilha que aguardavam em Havana o recomeço das negociações, suspensas desde agosto de 2018.
O chefe de Estado ofereceu recompensas de quatro mil milhões de pesos (1,1 milhões de euros) para qualquer informação que conduza a Nicolas Rodriguez Bautista "Gabino", Eliecer Chamorro "Antonio Garcia" e Gustavo Giraldo "Pablito", três dos principais chefes da guerrilha do ELN.
Ivan Duque precisou que a medida se destina a tornar "visíveis" os comandantes da rebelião -- segundo as informações militares muitos deles encontram-se na vizinha Venezuela --, e fornecer um "encorajamento aos que fazem parte destas organizações, querem abandonar a violência e contribuir através da entrega dos seus chefes".
O Governo colombiano reforçou a ofensiva contra o ELN em plena vaga de assassínios de defensores de direitos humanos e líderes comunitários e em que estarão envolvidos, segundo procurador-geral, a guerrilha, dissidentes da ex-guerrilha das FARC e grupos de narcotraficantes.
Pelo contrário, as forças guerrilheiras de esquerda acusam as forças de segurança, com a cumplicidade do aparelho de Estado, de implicação no assassínio de centenas de militantes e ativistas.
Em 2018, pelo menos 247 dirigentes comunitários, militantes e ativistas foram assassinados na Colômbia, segundo os dados do Defensor do Povo, uma entidade pública de defesa dos direitos humanos.
O Governo de Bogotá também está a oferecer recompensas para localizar os dirigentes de outros grupos armados, que tentam assumir o controlo dos antigos bastiões das ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), hoje desarmadas e transformadas em partido político após o acordo de paz assinado em 2016.
Com cerca de 1.800 combatentes armados e uma importante rede de colaboradores, o ELN ainda opera em 12 dos 32 departamentos colombianos.
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