Autoridades turcas impedem opositores de se manifestarem em Istambul
As autoridades turcas impediram hoje, em Istambul, uma manifestação de deputados da oposição pró-curda em solidariedade com uma deputada que está em greve de fome em protesto contra as condições de detenção do chefe da guerrilha curda.
© Reuters
Mundo Guerrilha
Várias dezenas de polícias do grupo de intervenção, com escudos, cercaram quarenta parlamentares e ativistas do Partido Democrático Popular (HDP pró-curdo) para evitar que descessem a avenida Istiklal, no coração de Istambul, de acordo com os jornalistas da agência de noticiosa AFP.
Depois de tentar, sem sucesso, forçar uma parede formada pelos escudos, os manifestantes - que levavam camisolas com a foto da deputada Leyla Güven (HDP), em greve de fome parcial há cerca de 100 dias - fizeram uma breve declaração na emblemática praça Taksim.
"Estamos aqui para unir as nossas vozes à de Leyla Güven, para emprestar a nossa força à sua luta", disse o copresidente do HDP, Sezai Temelli.
"A Turquia está submetida a um bloqueio e esse bloqueio manifesta-se aqui, na praça Taksim", acrescentou Temelli.
Depois deste breve encontro, os manifestantes se dispersaram.
Leyla Güven começou a sua greve de fome a 08 de novembro para denunciar as condições de detenção de Abdullah Ocalan, líder histórico do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma formação qualificada como "terrorista" por Ankara, a União Europeia e os Estados Unidos.
Ocalan cumpre pena de prisão perpétua numa ilha perto de Istambul, desde a sua prisão, há 20 anos.
Leyla Güven, que foi detida no ano passado por criticar ofensiva militar de Ancara na Síria, foi libertada no mês passado, sendo que os seus apoiantes estavam preocupados com a sua saúde.
De acordo com o HDP, mais de 300 prisioneiros também estão em greve de fome em solidariedade a Leyla Güven.
"Nós não vamos permitir que os nossos camaradas percam a vida. É por isso que estamos reunidos", disse o outro copresidente do HDP, Pervin Buldan.
O ministro do Interior, Süleyman Soylu advertiu, no domingo, que a manifestação do HDP seria proibida.
"Se deixarmos (os deputados e ativistas) marcharem, então não somos homens", disse Soylu.
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