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Líder do Irão atribui atentado a organizações de espionagem estrangeiras

O líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, atribuiu hoje a "organizações de espionagem" estrangeiras responsabilidades no atentado de quarta-feira contra a Guarda Revolucionária iraniana, que provocou 27 mortos e 13 feridos.

Líder do Irão atribui atentado a organizações de espionagem estrangeiras
Notícias ao Minuto

13:50 - 14/02/19 por Lusa

Mundo Ali Khamenei

"A vinculação dos autores deste crime com as organizações de espionagem de alguns países da região e de fora é óbvia", disse o líder num comunicado publicado na sua página oficial.

Na mesma linha, os Guardiães da Revolução acusaram na quarta-feira "mercenários dos serviços de informações dependentes do regime da arrogância (EUA)" pelo atentado, enquanto o Presidente, Hassan Rohani, responsabilizou Israel e países da região, numa alusão à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos.

Khamenei apelou aos órgãos competentes do país a "concentrarem-se e a seguirem com seriedade" esse vínculo entre os terroristas e as agências de espionagem estrangeiras.

"As mãos criminosas dos mercenários mancharam-se mais uma vez com o sangue dos jovens que servem o país", lamentou o líder supremo, que enviou condolências às famílias das vítimas e à Guarda Revolucionária iraniana.

Já hoje, o Presidente iraniano, Hassan Rohani, prometeu vingar-se do "grupo mercenário" que realizou o ataque.

"A principal raiz do terrorismo na região são os Estados Unidos, os sionistas (Israel) e alguns países produtores de petróleo (da região) que os financiam", realçou Rohani antes de partir para Sochi, cidade russa, para uma cimeira sobre a Síria com os Presidentes da Rússia e da Turquia.

"Nós definitivamente pagaremos a esse grupo de mercenários o preço pelo sangue derramado pelos nossos mártires", indicou o Presidente do Irão, citado pela agência de notícias Irna.

Em comunicado, o exército de elite do regime do Irão indicou que 27 membros dos Guardiães da Revolução iranianos foram mortos num atentado suicida contra o autocarro que os transportava de uma missão de patrulha na fronteira.

O atentado ocorreu na estrada entre as localidades de Khash e Zahedan, na província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do país, segundo a agência Irna, que antes indicara um balanço de 20 mortos.

Segundo vários meios de comunicação social iranianos, o grupo extremista Yeish al-Adl reivindicou o atentado.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohamad Yavad Zarif, escreveu na rede social Twitter: "Não é uma coincidência que o Irão tenha sido atacado pelo terrorismo no mesmo dia em que começa o circo de Varsóvia?".

"Parece que os Estados Unidos tomam sempre as mesmas decisões erradas, mas esperam resultados diferentes", acrescentou, referindo-se à conferência sobre segurança no Médio Oriente na capital da Polónia e que as autoridades iranianas consideram uma tentativa dos Estados Unidos para criar uma coligação contra o Irão.

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