Pediu-lhe um MacBook, depois dinheiro. A burla mascarada de amor online
São amores que se constroem à distância de um clique. Porém, do outro lado do ecrã não há sentimento, mas sim uma burla.
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Mundo Esquema
Depois de o seu marido ter morrido em maio do ano passado, Joan Salisbury sentiu-se à deriva. Perdeu a companhia, perdeu a âncora que a agarrava à vida, perdeu o amor.
Foi então que começou a falar, através de um 'chat', com um homem que conheceu via 'OurTime', uma rede social para "pessoas maduras à procura de um relacionamento". Mas pouco depois de se confessar apaixonado por Joan, o internauta começou a pedir favores financeiros.
O seu namorado online pediu-lhe um MacBook Pro. Joan, encantada com a nova janela que a vida lhe abrira, comprou-lhe um computador portátil que enviou para um endereço na África do Sul para onde supostamente ele se mudaria para um novo trabalho.
Mas o alarme de Joan soou quando chegou o pedido seguinte, como conta a CBS News. O namorado pedia-lhe agora 35 mil dólares (cerca de 30 mil euros). O montante seria utilizado para o pagamento de impostos. Quando Joan recusou, alegando não ter esse valor, o namorado contra-atacou: Joan poderia emprestar-lhe 15 mil dólares (cerca de 13 mil euros), que o seu primo lhe emprestaria o restante.
Numa altura em que os 'golpes' de romance online são cada vez mais mediatizados, a proliferação de plataformas de aplicações de encontros online facilitam o contacto do 'predador' com a 'presa'. Estes esquemas custaram aos americanos 143 milhões de dólares (126 mil euros) no ano passado, como reporta a Federal Trade Commission (FTC) - uma forma de burla que ultrapassa qualquer outro tipo de fraude ao consumidor.
Para pessoas como Joan, o preço a pagar por estes esquemas pode ser muito mais do que monetário, já que se deixam envolver emocionalmente. A perda média relatada pelas vítimas deste tipo de golpe é de 2600 dólares (cerca de 2300 euros) - um valor que, de resto, ascende aos 10 mil dólares (quase 9 mil euros) quando em causa estão pessoas com mais de 70 anos.
Quem aplica este tipo de crime, por norma, procura como alvos os adultos mais velhos que, pressupõe-se, têm mais economias. De facto, de acordo com a AARP (uma organização sediada nos Estados Unidos, cuja missão é "capacitar as pessoas a escolherem como vivem à medida que envelhecem"), homens, jovens adultos e pessoas com educação universitária têm maior probabilidade de relatar que foram alvos ou vítimas de um esquema de romance online.
Mais de 21.000 pessoas relataram fraudes de romance à FTC em 2018 nos EUA, quase o dobro do número registado em 2016. As estratégias mais comuns usadas pelos fraudulentos para atrair a vítima incluem o 'upload' de fotos falsas para os seus perfis online, alegando que estão a trabalhar no estrangeiro.
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