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Grupos tradicionais em queda e extremistas 'contidos' nas europeias

As duas grandes famílias políticas europeias vão perder a maioria que há muito detêm no Parlamento Europeu (PE), segundo uma projeção hoje divulgada em Bruxelas, que, no entanto, afasta para já o receio de uma forte subida de forças extremistas.

Grupos tradicionais em queda e extremistas 'contidos' nas europeias
Notícias ao Minuto

12:42 - 18/02/19 por Lusa

Mundo Sondagens

De acordo com a primeira de uma série de projeções que serão reveladas quinzenalmente pelo Parlamento Europeu até às eleições de 23 a 26 de maio -- com base nas sondagens realizadas em cada Estado-membro -, o Partido Popular Europeu (PPE) e os Socialistas e Democratas (S&D), juntos, podem ficar-se pelos 45% na próxima legislatura, uma descida de 9% em relação à composição atual da assembleia europeia.

O Partido Popular Europeu (PPE), que integra PSD e CDS-PP, mantém-se como a maior família política europeia, com 26% das intenções de votos dos cidadãos europeus, perdendo, no entanto, 3% relativamente a 2014.

Na prática, essa 'quebra' traduzir-se-ia na perda de 34 eurodeputados para um total de 183, uma redução ainda assim menor do que aquela que é projetada para os Socialistas e Democratas (S&D), grupo no qual se inclui o PS.

Depois de elegerem 186 deputados nas anteriores eleições europeias e de somarem 25% dos votos, os socialistas devem ficar-se pelos 135 assentos e 19% dos votos.

Em crescendo está a Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (ALDE) que, segundo as projeções hoje divulgadas pelo PE, se poderá tornar na terceira força política na assembleia europeia, com 75 eurodeputados, mais sete do que atualmente, e 11% das intenções de voto, uma subida de 1,5%.

O ALDE poderá superar assim o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, a terceira força política no PE atual, que deverá perder 24 assentos e 2,5%, e ficar com 51 eurodeputados e 7% dos votos.

A perder estão também os Verdes europeus, com menos sete eurodeputados e 0,5% das intenções de voto (45 e 6%, respetivamente), e o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica do Parlamento Europeu (GUE/NGL), que integra PCP e o Bloco de Esquerda, que deverá ter menos seis eurodeputados.

É na categoria "Outros" que reside a grande incógnita das próximas eleições, com as projeções a atribuírem 58 lugares àqueles partidos que nem têm assento no atual PE, nem pertencem oficialmente a um grupo político.

Na apresentação das projeções, que incluem dados de todos os 27 Estados-membros -- o Reino Unido deverá sair da União Europeia em 29 de março -, o porta-voz do PE, Jaume Duch, revelou que, neste momento, as duas grandes incógnitas na futura distribuição de assentos da assembleia europeia são o partido do presidente francês, Emmanuel Macron, e o italiano Movimento 5 Estrelas (M5S).

Macron ainda não anunciou que grupo o seu "Em Marcha!" irá integrar, o mesmo acontecendo com o M5S, que manifestou a intenção de se desvincular do grupo da Europa das Liberdades e da Democracia Direta (EFDD).

O novo PE, que resultará das eleições que se realizam entre 23 e 26 de maio, terá 705 eurodeputados, menos 46 do que o atual, em resultado da saída do Reino Unido da União Europeia.

As projeções hoje divulgadas têm por base sondagens nacionais, "com critérios credíveis e indicadores de qualidade relativamente à amostra e metodologia", de cada um dos Estados-membros.

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