Repórter da Telemundo está desaparecido em Caracas
Um repórter desapareceu hoje na Venezuela, depois de fotografar a presença de funcionários dos serviços secretos num hotel de Caracas, denunciou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).
© Getty Images
Mundo Venezuela
Trata-se de Daniel Garrido, repórter da estação de televisão norte-americana Telemundo, que desapareceu depois de fotografar o exterior do hotel onde se encontrava uma equipa da Univisón, que na segunda-feira esteve detida depois de fazer perguntas incómodas no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.
"Daniel Garrido, repórter de Telemundo News, está desaparecido desde as 07:00 horas (11:00 horas em Lisboa), quando registou em fotografias a presença do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos), no exterior do hotel em que se encontrava a equipa de Univisión expulsa", explica o SNTP na sua conta do Twitter.
Por outro lado, o SNTP publica uma foto do hotel, onde no exterior se vê uma viatura preta do SEBIN, acompanha pela mensagem "esta é a última foto enviada por ele (Daniel Garrido)".
A Telemundo é uma cadeia de televisão norte-americana, que transmite em idioma castelhano, principal concorrente, na mesma língua, da Univisión.
Por outro lado, o ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, referiu-se, através do Twitter, à detenção da equipa de Univisión, sem fazer referência ao nome da estação, nem ao ocorrido.
"Por Miraflores têm passado centenas de jornalistas que têm recebido um tratamento decente, na forma habitual que damos a quem vem cumprir trabalho jornalístico e têm publicado o resultado desse trabalho. Não nos prestaremos a 'shows' baratos", escreveu numa mensagem.
As autoridades venezuelanas expulsaram hoje do país cinco dos sete integrantes de uma equipa de jornalistas do canal de televisão norte-americano Univisión que esteve detida, na segunda-feira, durante três horas, no palácio presidencial de Miraflores, segundo o SNTP.
Estes cinco integrantes da equipa, segundo diversas fontes, terão embarcado no voo AA1483 da American Airlines, que partiu ao começo da tarde de hoje (em hora local) de Caracas para Miami.
Entre os detidos estava o jornalista Jorge Ramos e o correspondente em Caracas da Univisión, Francisco Urreiztieta.
Segundo o SNTP, a equipa foi detida, na segunda-feira, "dentro de Miraflores, depois de entrevistarem" o Presidente Nicolás Maduro.
"Confiscaram-lhes todo o equipamento técnico que levaram ao palácio para a entrevista", acrescentou.
A detenção foi confirmada pela Univisión, que hoje divulgou imagens de um vídeo gravado pela equipa, com pessoas a alimentarem-se do lixo, o que terá, alegadamente, incomodado o Presidente Nicolás Maduro.
Segundo o SNTP, "à saída de Miraflores, Jorge Ramos e toda a equipa da Univisión, foram gravados e escoltados durante todo o trajeto" até ao hotel onde se encontravam hospedados, por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos).
"Depois da detenção foram vigiados toda a noite (por funcionários do SEBIN). Um funcionário de migração entrou de madrugada (no hotel) com a listagem dos nomes das cinco pessoas que deviam sair do país", explicou o SNTP.
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