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Se todos prestarem contas, problema dos plásticos resolve-se numa geração

O problema da poluição por plásticos foi criado numa geração e pode ser resolvido no mesmo tempo, se todos os envolvidos prestarem contas, segundo um relatório da organização ambientalista WWF (World Wide Fund for Nature) hoje divulgado.

Se todos prestarem contas, problema dos plásticos resolve-se numa geração
Notícias ao Minuto

06:05 - 05/03/19 por Lusa

Mundo WWF

Para a organização, é preciso "responsabilizar, para resolver a crise dos plásticos", todos os envolvidos pelo custo real na natureza e na saúde humana.

Se todos os envolvidos na cadeira de valor não prestarem contas, a crise global provocada pela poluição por plástico irá piorar, alerta a organização no estudo, com o título "Resolver a poluição por plástico através da responsabilização".

No documento, a WWF nota que atualmente o peso para a redução da poluição por plásticos está colocado nos consumidores e nas empresas de gestão de resíduos. No entanto, adianta a organização, esses esforços são insuficientes se não houver também ações por parte de empresas e autoridades.

A propósito da Assembleia Ambiental das Nações Unidas, que se realiza em Nairobi na próxima semana, a WWF alerta que mais de 104 milhões de toneladas métricas de plástico vão poluir os ecossistemas até 2030 "se não houver uma mudança drástica" na forma de lidar com o produto.

Salientando os "efeitos devastadores" dos plásticos na vida selvagem e nos ecossistemas, a WWF diz que já se documentaram mais de 270 espécies marinhas enroladas em redes de pesca e noutros plásticos, e em mais de 240 espécies foram detetados plásticos ingeridos.

Diz ainda o documento que num cenário normal é expectável que as emissões totais de dióxido de carbono (CO2) do ciclo de vida de um plástico aumentem em 50% até 2030, enquanto triplicará o aumento de CO2 da incineração plástica.

"Abordagens descoordenadas e fragmentadas para resolver esta crise não são suficientes", segundo o diretor internacional da WWF, Marco Lambertini, citado num comunicado da organização.

O responsável considerou que a reunião da ONU no Quénia é uma oportunidade "crucial para dar os primeiros passos para resolver esta questão", e que governos e empresas devem tomar medidas decisivas "agora".

Ângela Morgado, diretora da Associação Natureza Portugal (ANP), parceira nacional da WWF, diz, também citada no documento, que "o método existente de produzir, usar e descartar plástico é fundamentalmente disfuncional".

E acrescentou: "É um sistema que não presta contas, apenas acumula, e garante que volumes cada vez maiores de plástico fujam para a natureza".

A reunião das Nações Unidas, de 11 a 15 de março, tem em agenda a poluição por plásticos. A WWF vai, na reunião, pedir aos governos para que comecem a negociar um acordo internacional legalmente vinculativo sobre a poluição marinha por plásticos.

A organização ambientalista defende que esse acordo deve estabelecer metas nacionais e mecanismos de denúncia que se estendam às empresas. E conter medidas como a eliminação de "plásticos problemáticos de uso único".

A 11 de fevereiro a WWF lançou uma petição global pedindo um acordo legal sobre a poluição por plásticos nos oceanos. Até agora registou mais de 250.000 assinaturas.

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