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Rússia volta a criticar "ingerência externa destrutiva" na Venezuela

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, reiterou hoje ao seu homólogo venezuelano, Jorge Arreaza, as críticas de Moscovo, reconhecido aliado do Presidente venezuelano contestado Nicolás Maduro, contra uma "ingerência externa destrutiva" nos assuntos internos da Venezuela.

Rússia volta a criticar "ingerência externa destrutiva" na Venezuela
Notícias ao Minuto

16:35 - 14/03/19 por Lusa

Mundo Serguei Lavrov

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo "sublinhou a importância de encontrar soluções políticas pacíficas para as discrepâncias internas, sem uma interferência externa destrutiva e, menos ainda, de força" na crise venezuelana, indicou uma nota informativa da diplomacia russa divulgada após o encontro dos dois representantes.

Serguei Lavrov e Jorge Arreaza encontraram-se à margem de uma reunião ministerial da Comissão de Estupefacientes da ONU, a decorrer em Viena (Áustria).

Na reunião, os dois ministros sublinharam a importância de respeitar os princípios do Direito Internacional nas relações entre Estados.

"Apoiamos a Lei Internacional, apoiamos os direitos da Venezuela como membro igual da comunidade internacional. Esta é a nossa posição", declarou Lavrov no início da reunião, citado pela agência de notícias russa Interfax.

No início de março, durante uma visita a Moscovo da vice-presidente venezuelana, Delcy Rodriguez, as autoridades russas expressaram o seu total apoio ao governo liderado por Maduro.

Na mesma ocasião, Moscovo admitiu que iria fazer todos os possíveis para evitar uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela.

Esta deslocação de Delcy Rodriguez tratou-se da primeira visita de um alto dignitário do governo de Maduro à Rússia desde que o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou, em janeiro, Presidente interino da Venezuela.

A par do encontro com Serguei Lavrov, a deslocação de Jorge Arreaza a Viena ficará marcada por um boicote levado a cabo por representantes de vários países que optaram por sair da sala onde decorria a reunião ministerial da Comissão de Estupefacientes da ONU no momento em que o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano ia fazer a sua intervenção.

Segundo constatou um jornalista da agência noticiosa francesa France Presse (AFP) no local, representantes de alguns países da América Latina e da Europa e os delegados dos Estados Unidos e do Canadá saíram da sala de conferências em sinal de protesto.

"Os membros da delegação da Venezuela hoje aqui presentes representam o governo ilegítimo de Nicolás Maduro e, portanto, não podem ser considerados e falar em nome do povo venezuelano", afirmou, em declarações à comunicação social, um porta-voz da delegação norte-americana.

Em finais de fevereiro, a intervenção de Jorge Arreaza em outra reunião da ONU, desta vez em Genebra, também foi alvo de um boicote por parte de vários representantes internacionais.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino da Venezuela encarregado de organizar eleições livres e transparentes naquele país.

Na Venezuela, a confrontação entre as duas fações tem tido repercussões políticas, económicas e humanitárias.

A confrontação também tem dividido as Nações Unidas, onde Nicolás Maduro mantém o apoio da Rússia, China, Cuba, Irão, Coreia do Norte ou da Síria, que têm denunciado uma ingerência ocidental.

Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

Os mais recentes dados das Nações Unidas estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.

Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.

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