"Muçulmanos, hoje vou matar-vos", terá dito atirador da Nova Zelândia
O ataque às duas mesquitas resultou em pelo menos 49 mortos e dezenas de feridos.
© Getty Images
Mundo Christchurch
Duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, foram alvo de um ataque que fez, pelo menos, 49 mortos e mais de 40 feridos.
Três pessoas relacionadas com o ataque foram detidas. Um dos homens já foi acusado de homicídio e, de acordo com o comissário da polícia, Mike Bush, trata-se de um homem na casa dos 20 anos que vai ser presente a tribunal este sábado de manhã.
O atirador já foi identificado Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos, que além de ter transmitido o momento em que entrou na mesquita e começou a disparar, também publicou online um manifesto anti-imigrantes de 87 páginas no qual justificava os ataques.
Segundo testemunhos, recolhidos pelo Mirror, Brenton terá entrado na mesquita e dito "Muçulmanos de m**** hoje vou matar-vos", enquanto abria fogo.
Anwar Alsaleh diz que estava a lavar as mãos numa pequena casa de banho quando o tiroteio começou. Escondeu-se numa das divisórias e tentou contactar a polícia enquanto o banho de sangue continuava. Recorda ter ouvido pessoas a implorar que as deixasse viver, à medida que o homem continuava a disparar pela mesquita de Al Noor.
"Há um grande massacre, por favor enviem ajuda e liguem à polícia porque continuam a disparar", disse Anwar quando conseguiu chegar à fala com os serviços de emergência. "Disparou até que morressem", acrescentou.
Outras testemunhas, ainda horrorizadas, descreveram ter visto corpos por todo o lado e que ouviram um homem a lamentar: "A minha mulher está morta". Alguns dizem recordar-se de correr para se cobrirem das balas que voavam pelo ar.
"O tipo estava a usar um fato do exército. Tinha uma arma grande e muitas balas", referiu outra pessoa a um meio local neozelandês. "Entrou e começou a balear toda a gente na mesquita, por todo lado", continuou.
Um outro relato descreve as cenas depois de o atacante ter entrado numa das mesquitas enquanto os fiéis estavam ajoelhados a rezar. "Destruiu a porta e o vidro da janela e da pequena porta para tentar sair", contou.
Nour Tavis estava na fila da frente da mesquita de Al Noor com um amigo quando o tiroteio começou. Ao New Zealand Herald, admitiu que ao início não sabia o que era aquele barulho. "Depois ouvimos gritar, toda a gente entrou em pânico. Havia tiros e tiros e mais tiros... as pessoas a correr e de repente viam-se a cair", relatou.
O homem diz ter visto alguém a partir uma janela e a saltar. "Era a única forma de escapar", garantiu, acrescentou: "Eu segui-os". Trepou uma vedação de 1,5 metros e bateu à porta de um vizinho a ver se alguém o levava para segurança e conseguiu.
"Havia pessoas a sangrar até à morte... foi terrível", rematou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com