Polónia recusa convidar Rússia para comemoração do início da II Guerra
As autoridades polacas recusaram convidar uma delegação da Rússia para as cerimónias comemorativas do 80.º aniversário do início da II Guerra Mundial, uma decisão que está a ser criticada por Moscovo e setores da oposição interna.
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Mundo Cerimónia
O conselheiro do Presidente polaco Krzysztof Szczerski disse na quarta-feira, em comentários divulgados pela agência noticiosa polaca PAP, que a Rússia não foi convidada para os eventos em setembro devido às suas "ações agressivas" na Ucrânia.
A Rússia tem sido atingida por diversas sanções internacionais pela sua anexação da península da Crimeia em 2014, e o apoio aos rebeldes separatistas do leste da Ucrânia.
Szczerski disse que as cerimónias do aniversário serão efetuadas "na companhia dos países com quem a Polónia coopera atualmente de forma estreita para a paz, baseada no respeito pela lei internacional, soberania das nações e do seu território".
Num comunicado divulgado na noite de quarta-feira, o ministério russo dos Negócios Estrangeiros manifestou o seu "espanto" pela rejeição e acusou o Governo conservador polaco de reescrever a história para prosseguir a sua agenda política.
"Apesar da contribuição decisiva do nosso país para a derrota da Alemanha de Hitler e a libertação da Polónia dos invasores nazis, não há lugar para a Rússia [nas celebrações]", assinala o comunicado.
Diversos políticos polacos da oposição já manifestaram o seu desagrado pela decisão do Governo em rejeitar a Rússia.
O antigo primeiro-ministro Leszek Miller, um ex-membro do Pratico Comunista e agora um candidato ao Parlamento europeu, considerou à Polsat TV "ser difícil falar da II Guerra Mundial sem mencionar o esforço armado da União Soviética".
"Se apenas for um sinal de que não são convidados por punição, então o Kremlin deve ignorar essa atitude", disse Miller.
O Presidente russo, Vladimir Putin, então na qualidade de primeiro-ministro, viajou para a Polónia há 10 anos no âmbito destas celebrações e discursou na península Westerplatte, em Gdansk, onde a II Guerra começou com a invasão da Alemanha nazi em 01 de setembro de 1939.
Esta visita decorreu apesar das tensas relações nesse período entre a Rússia e a Polónia. Numa tentativa de reforçar o diálogo bilateral, Putin promoveu conversações com o então primeiro-ministro Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu desde 2014.
Em 17 de setembro de 1939, e na sequência do pacto Hitler-Estaline, a URSS ocupou a parte leste da Polónia, uma ação ainda hoje considerada uma "traição" pelos polacos. Um ano antes, a Polónia tinha anexado alguns territórios da Checoslováquia, na sequência da inclusão do protetorado da Boémia e Morávia na Alemanha nazi.
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