Rússia defende "diálogo nacional" na Líbia
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergueï Lavrov, manifestou-se hoje, no Cairo, a favor de um "diálogo nacional" na Líbia, "sem prazos artificiais", e pediu à ONU a realização de uma conferência nacional em abril, apesar das tensões existentes.
© Reuters
Mundo Serguei Lavrov
O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Líbia, Ghassan Salamé, informou também hoje, num encontro com jornalistas em Trípoli, que quer que esta conferência se realize "dentro do cronograma" previsto, entre 14 e 16 de abril, apesar do marechal Khalifa Haftar ter lançado uma ofensiva com o objetivo de tomar a capital líbia e das tensões estarem a aumentar.
"Como o Egito, gostaríamos que os líbios decidissem sobre o seu próprio futuro", disse hoje Lavrov, ao falar numa conferência com os média no Cairo, em que participou o seu homólogo egípcio Sameh Choukri.
O chefe da diplomacia russa pediu ainda um "diálogo inclusivo" e "sem os prazos artificiais que alguns tentam impor (aos líbios) de fora".
Lavrov não especificou a que "prazos" se referia, nem a quem estava a referir-se nesta declaração.
As forças militares pró Khalifa Haftar lançaram na quinta-feira uma ofensiva para tomar a capital Trípoli, onde está o governo de unidade nacional (GNA) liderado por Fayez al-Sarraj.
A Líbia é um país imerso no caos político e securitário, com duas autoridades que há vários anos disputam o poder: um governo de união nacional líbio, estabelecido em 2015 em Trípoli, que é reconhecido pela comunidade internacional (incluindo pelas Nações Unidas) e que tem o apoio de milícias, e uma autoridade paralela que exerce o poder no leste do país, com o apoio do marechal Haftar, um militar dissidente do regime de Muammar Kadhafi, que caiu em 2011.
Fayez al-Sarraj pediu às forças aliadas e às milícias para repelirem a ofensiva lançada pelo marechal Haftar.
Na quinta-feira, as forças leais ao marechal Haftar lançaram uma ofensiva para tomar a capital líbia, onde as forças do GNA liderado pelo seu principal rival, Fayez al-Sarraj, ordenou aos seus militares que os repelissem.
Na sexta-feira, o Kremlin alertou para o "retomar do derramamento de sangue" na Líbia e pediu um acordo "pacífico e político" para o conflito.
Lavrov está em visita oficial ao Egito, onde se reuniu com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi.
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