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Rússia defende "diálogo nacional" na Líbia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergueï Lavrov, manifestou-se hoje, no Cairo, a favor de um "diálogo nacional" na Líbia, "sem prazos artificiais", e pediu à ONU a realização de uma conferência nacional em abril, apesar das tensões existentes.

Rússia defende "diálogo nacional" na Líbia
Notícias ao Minuto

20:30 - 06/04/19 por Lusa

Mundo Serguei Lavrov

O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Líbia, Ghassan Salamé, informou também hoje, num encontro com jornalistas em Trípoli, que quer que esta conferência se realize "dentro do cronograma" previsto, entre 14 e 16 de abril, apesar do marechal Khalifa Haftar ter lançado uma ofensiva com o objetivo de tomar a capital líbia e das tensões estarem a aumentar.

"Como o Egito, gostaríamos que os líbios decidissem sobre o seu próprio futuro", disse hoje Lavrov, ao falar numa conferência com os média no Cairo, em que participou o seu homólogo egípcio Sameh Choukri.

O chefe da diplomacia russa pediu ainda um "diálogo inclusivo" e "sem os prazos artificiais que alguns tentam impor (aos líbios) de fora".

Lavrov não especificou a que "prazos" se referia, nem a quem estava a referir-se nesta declaração.

As forças militares pró Khalifa Haftar lançaram na quinta-feira uma ofensiva para tomar a capital Trípoli, onde está o governo de unidade nacional (GNA) liderado por Fayez al-Sarraj.

A Líbia é um país imerso no caos político e securitário, com duas autoridades que há vários anos disputam o poder: um governo de união nacional líbio, estabelecido em 2015 em Trípoli, que é reconhecido pela comunidade internacional (incluindo pelas Nações Unidas) e que tem o apoio de milícias, e uma autoridade paralela que exerce o poder no leste do país, com o apoio do marechal Haftar, um militar dissidente do regime de Muammar Kadhafi, que caiu em 2011.

Fayez al-Sarraj pediu às forças aliadas e às milícias para repelirem a ofensiva lançada pelo marechal Haftar.

Na quinta-feira, as forças leais ao marechal Haftar lançaram uma ofensiva para tomar a capital líbia, onde as forças do GNA liderado pelo seu principal rival, Fayez al-Sarraj, ordenou aos seus militares que os repelissem.

Na sexta-feira, o Kremlin alertou para o "retomar do derramamento de sangue" na Líbia e pediu um acordo "pacífico e político" para o conflito.

Lavrov está em visita oficial ao Egito, onde se reuniu com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi.

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