Vencedores e vencidos nas eleições legislativas em Israel
A Comissão Eleitoral israelita divulgou na noite de quinta-feira os apoios finais para cada partido nas eleições de terça-feira, sendo que os resultados definitivos são anunciados na próxima quarta-feira, indicou hoje a agência espanhola EFE.
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Mundo Comissão eleitoral
As duas grandes forças no parlamento de Israel (Knesset) são o Likud (direita) e a formação Azul e Branco (coligação centrista).
O partido Likud, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, conseguiu juntar os votos da direita e, com um total de 36 lugares, ganhou mais seis deputados, abrindo caminho para o chefe de governo formar o seu quinto executivo, o quarto consecutivo.
Apesar dos bons resultados, o Likud é seguido de muito perto pela coligação centrista Azul e Branco, anunciada há apenas um mês e meio e que obteve 35 lugares, podendo ser considerada outro grande vencedor das eleições.
Liderada pelo ex-chefe de Estado-Maior Benny Gantz e pelo ex-ministro das Finanças Yair Lapid, conseguiu fazer sombra ao Likud e construir uma opção séria de alternativa ao governo.
A esquerda tem vindo a perder representação parlamentar e o Partido Trabalhista está entre os claros perdedores, com apenas seis deputados, menos 13 do que até agora. Já foi pedida a demissão do líder, Avi Gabay, eleito em primárias realizadas em 2017.
Ligado aos históricos acordos de paz com os palestinianos, como o de Oslo, e liderado por emblemáticas figuras como Shimon Peres, David Ben Gurion (o primeiro chefe de governo de Israel) ou Yitzhak Rabin, o Partido Trabalhista foi perdendo apoio progressivamente, enquanto o eleitorado do país virava à direita.
Tal também afetou o Meretz, o partido social-democrata do sionismo pacifista e crítico da ocupação dos territórios palestinianos, que conseguiu manter-se no Knesset à tangente e fica com quatro deputados (perdeu um). Os analistas preveem uma futura junção com os trabalhistas para que possa sobreviver a um próximo teste eleitoral.
As listas que representam a minoria árabe em Israel -- os palestinianos que ficaram dentro das fronteiras do Estado hebreu quando este foi criado em 1948 e os seus descendentes -- não se apresentaram de forma conjunta como aconteceu em 2015, quando se tornaram a terceira força política com 13 lugares em 120.
Nestas eleições concorreram duas listas: a Ram-Balad, islamita conservadora, e a Hadash-Tal, união do partido comunista, grupos de esquerda e o partido árabe Tal. A primeira conseguiu quatro deputados e a segunda seis, pelo que os árabes perderam três lugares no parlamento.
Ao contrário, os partidos religiosos judeus aumentaram a sua presença no Knesset. O Judaísmo Unido da Torá (ortodoxos de extrema-direita) e o Shas (ortodoxos de direita) ganharam cada um mais um deputado, ficando com sete e oito, respetivamente. Ambos apoiarão uma coligação liderada pelo Likud como fizeram nos últimos anos.
O Yisrael Beitenu (direita ultranacionalista), o partido do ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, que apresentou a demissão em novembro devido a divergências com Netanyahu, pode ser considerado um vencedor apesar de ter pedido um lugar, ficando com quatro, porque o prognóstico era que não conseguisse manter-se no parlamento.
Um dos maiores perdedores foi o partido Nova Direita, criado recentemente pelos ministros da Educação, Naftali Benet, e Justiça, Ayelet Shaked, que não conseguiu entrar no parlamento e já anunciou que pedirá uma recontagem dos votos.
Os dois políticos abandonaram o seu partido Lar Judaico (extrema-direita), que tinha oito lugares no anterior parlamento, para formar a Nova Direita.
Desde 1948, ano da fundação do Estado de Israel, nunca nenhum partido ou coligação conseguiu obter a maioria absoluta de 61 lugares (em 120), e neste escrutínio a formação do novo Governo também ficará dependente de alianças.
Os resultados oficiais definitivos devem ser anunciados pela comissão eleitoral até à data limita de 17 de abril, e após o fim de todos os recursos. Seis dias depois, em 23 de abril, os deputados deverão prestar juramento no Knesset.
O Presidente Reuven Rivlin deverá anunciar o nome do candidato designado para formar uma coligação de governo até 24 de abril. O candidato dispõe de um prazo inicial de 28 dias, podendo ser eventualmente prolongado por 14 dias.
Caso o primeiro candidato sondado por Rivlin consiga formar uma coligação e garantir maioria parlamentar, o novo executivo será apresentado logo de seguida, com a cerimónia de juramento prevista para o início de junho.
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