Espanhola morreu atada a uma cama na psiquiatria. Tinha uma meningite
Caso chocante de aparente negligência médica aconteceu este ano nas Astúrias, em Espanha. Jovem de 26 anos morreu após quatro dias de internamento numa unidade psiquiátrica, mas tinha uma infeção grave.
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Mundo Astúrias
Andreas Fernández González, 26 anos de idade, foi ao hospital várias vezes com sintomas que foram aumentando de intensidade. Depois de a diagnosticarem com uma doença mental, tendo estado atada a uma cama, morreu. Afinal, tinha uma infeção grave que progrediu fatalmente.
A história trágica desta jovem espanhola foi contada na passada sexta-feira pelo El País, estando agora o seu caso entregue aos tribunais.
A jovem licenciada em Psicologia começou a sentir-se mal no início de abril de 2017. Foi às urgências na madrugada de 18 de abril, já após vários dias de sintomas, e receitaram-lhe antibióticos, para um diagnóstico de amigdalite e febre. Porém, no mesmo dia à tarde, Andreas regressou ao hospital, referindo ouvir ruídos na sua cabeça. Mandaram-na para casa de novo, atribuindo os sintomas a problemas de ordem mental.
A família refere que foi várias vezes com Andreas às urgências por causa de uma amigdalite aguda e depois porque "começou a ouvir sons na sua cabeça". "Quando viram o historial familiar, que a minha mãe tem esquizofrenia, deram por adquirido que Andreas também tinha uma patologia mental", explicou a irmã.
A jovem voltaria ao hospital no dia 20 e depois no dia 21, com uma claro agravamento dos sintomas. "Começou uma escalada de gritos e queixas. Dava pontapés nas portas e queria ir-se embora dali. Era impossível ter uma conversa com ela", lê-se no relatório médico daquele dia.
Foi nessa altura que a ida voluntária de Andreas se tornou num internamento involuntário. Os médicos optaram por aplicar uma contenção mecânica, que significa suspender a liberdade física do paciente.
A jovem foi internada na unidade psiquiátrica do Hospital Universitário Central das Astúrias (HUCA) no dia 21 de abril de 2017. Quatro dias depois, a 24 de abril, morreu. Durante a maior parte do tempo em que esteve internada, esteve atada a uma cama, sem poder ser visitada pela família.
"Percebi logo que alguma coisa correu mal. Ninguém morre de repente por um problema de saúde mental", indicou a irmã, Aitana, de 23 anos de idade, à mesma publicação.
A autópsia ao corpo revelou que a causa de morte tinha sido uma meningite linfocitária acompanhada de uma miocardite, uma inflamação aguda do miocárdio. As duas foram resultado de uma infeção grave que não se diagnosticou nem medicou adequadamente por se ter considerado que se tratava de uma doença do foro psiquiátrico.
"Na verdade, estava a morrer com uma meningite, que era a causa dos ruídos que escutava. Não fizeram nada para lhe salvar a vida e por isso processei sete médicos, que estão acusados de homicídio por negligência profissional grave", garante Aitana.
Nenhum médico envolvido no caso ou fonte hospital aceitou falar com o meio espanhol.
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