"O número de mortos dos atentados de domingo aumentou para 310", disse à agência de notícias Efe o porta-voz da polícia do Sri Lanka, Ruwan Gunasekara. Os feridos são "mais de 500", acrescentou, admitindo a dificuldade em fornecer números exatos relativos às vítimas. Pouco tempo depois, o número de vítimas mortais viria a ser revisto em alta para 321.
O anterior balanço de um dos piores atentados terroristas desde o 11 de Setembro era de 290 mortos e 500 feridos.
O porta-voz da polícia deu ainda conta da detenção de 40 pessoas no decurso da investigação aos ataques atribuídos a um grupo extremista islâmico local, o National Thowheeth Jama'ath, que as autoridades do Sri Lanka acreditam ter sido apoiado internacionalmente.
O Conselho de Segurança da ONU condenou esta segunda-feira os ataques no Sri Lanka e defendeu a punição dos responsáveis.
Numa declaração acordada pelos quinze Estados membros, o Conselho de Segurança sublinhou que todos os que perpetraram, organizaram, financiaram ou apoiaram os ataques devem ser responsabilizados.
O Conselho de Segurança exortou todos os governos a cumprirem suas obrigações internacionais e a cooperarem ativamente com as autoridades do Sri Lanka.
O mesmo órgão das Nações Unidas enfatizou que "qualquer ato de terrorismo é criminoso e injustificável" e que todos os Estados devem combater organizações terroristas, usando "todos os meios", mas respeitando o direito internacional e os direitos humanos.
Entre as vítimas mortais das oito explosões de domingo está um português residente em Viseu.
Portugueses contactados "estão bem". Viúva de Rui Lucas já regressou
Pelo menos 35 cidadãos nacionais já contactaram o Gabinete de Emergência Consular, no Sri Lanka, e "transmitiram a informação de que se encontram bem e permanecem no país, ou de que estão bem e vão regressar a Portugal", confirmou esta segunda-feira ao Notícias ao Minuto fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades. A viúva do cidadão português que morreu no ataque, Rui Lucas, já regressou a solo nacional.
"Os cidadãos portugueses têm sido informados dos procedimentos que devem ter em conta, incluindo a consulta ao Portal das Comunidades, onde constam os conselhos aos viajantes", indicou a mesma fonte, sublinhando que o aeroporto de Colombo está em funcionamento e é possível sair do país.
Em relação à viúva de Rui Lucas, "o Estado português prestou apoio consular à cidadã através da ação da Cônsul Honorária de Portugal em Colombo e da Embaixada em Nova Deli. Apoiou também o seu regresso a Portugal e na ocasião da sua chegada ao país".
É também reforçado que o processo de trasladação do corpo de Rui Lucas para Portugal está a ser acompanhado pelo Estado português, "em diálogo com a família".
O jovem de 31 anos, natural de Viseu, estava no Sri Lanka com a mulher em lua de mel, tendo contraído matrimónio no sábado, dia 13 de abril. Os dois portugueses estavam no Hotel Kingsbury, na cidade de Colombo, um dos alvos dos ataques bombistas. A vítima mortal estava a tomar o pequeno-almoço, no restaurante do hotel, quando se deu a explosão. A mulher tinha saído para ir à casa de banho.
Recorde-se que a capital do Sri Lanka, Colombo, foi alvo de pelo menos cinco explosões no domingo de Páscoa, em quatro hotéis de luxo e uma igreja.
Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra no leste do país. A oitava e última explosão teve lugar num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda.
As primeiras seis explosões ocorreram "quase em simultâneo", pelas 08h45 de domingo (03h15 em Portugal), de acordo com fontes policiais citadas por agências internacionais.