Ruwan Wijewardene, ministro da Defesa do Sri Lanka, sugeriu perante membros do parlamento do seu país que o ataque concertado a igrejas e hotéis, que fez mais de 320 vítimas mortais, terá sido uma resposta a um outro atentado terrorista, que visou a comunidade muçulmana, em Christchurch, na Nova Zelândia.
Explica o correspondente do The Guardian no local que o governante referiu que os ataques no último domingo de Páscoa surgiram como "retaliação".
Recorde-se que no passado dia 15 de março um supremacista branco australiano armado atacou duas mesquitas neo-zelandesas, matando 50 pessoas. O ataque ocorrido no Sri Lanka, e que custou a vida a um cidadão português, implicou vários bombistas suicidas que se fizeram explodir em hotéis e igrejas católicas.
O balanço mais recente no Sri Lanka refere 321 mortos, mais de 500 feridos e ainda cerca de 40 detidos. Um grupo extremista islâmico local, o National Thowheeth Jama'ath, que no passado já atacara a comunidade budista local, é tido como o principal suspeito do ataque terrorista desta Páscoa.
As investigações ao ataque terrorista no Sri Lanka irão decorrer com apoio internacional, nomeadamente da Interpol, que já enviou uma equipa de investigadores.
O mesmo diário britânico explica que, entre os argumentos desta linha de investigação - de que o ataque foi uma "retaliação" por Christchurch - está o facto de um dos suspeitos ter atualizado as suas contas em redes sociais com "conteúdo extremista" após o massacre na Nova Zelândia. Há, no entanto, especialistas que 'torcem o nariz' à ideia.
Em causa está o facto de um ataque destas dimensões (pelo menos oito explosões, envolvendo vários bombistas suicidas, em vários locais distintos) implicar um trabalho que estaria a ser desenvolvido há vários meses. Este mesmo ponto é focado por, entre outros, Paul Buchanan, especialista neo-zelandês em matéria de segurança citado pelo New Zealand Herald.
Além do mais, falta apurar o que as autoridades do Sri Lanka fizeram, na sequência de avisos de segurança que chegaram e que davam precisamente conta da possibilidade de um ataque terrorista estar a ser preparado para este mês de abril.
O balanço do número de mortes ainda poderá subir dado o elevado número de feridos.
Por fim, refira-se que a cidadã portuguesa que ficou viúva na sequência do ataque terrorista já regressou a Portugal, como confirmou ao final da tarde da última segunda-feira ao Notícias ao Minuto fonte da Secretaria de Estado das Comunidades.