Segundo a agência AMMA, os confrontos registaram-se entre membros dos grupos Gumuz e Amhara (abissínios), num conflito desencadeado por um desentendimento entre dois trabalhadores agrícolas, perto da localidade de Dangur, na mesma região.
O diretor de comunicação do estado abissínio, Asmahegn Asres, adiantou à AMMA que foram mortos "11 abissínios e seis Gumuz" nos conflitos, advertindo, contudo, que "o número pode ainda aumentar". Continuam a decorrer buscas na região oeste da Etiópia para encontrar mais corpos.
No decurso dos conflitos, foram ainda queimadas cerca de 20 casas.
O diretor de comunicação do estado abissínio garantiu que "a polícia federal e as unidades do Exército estão colocadas na zona para evitar que a violência se repita".
O grupo étnico Gumuz habita a região de Benishangul Gumuz e de Qwara no oeste da Etiópia, bem como a região de Fazogli, no Sudão. Já os abissínios ocupam sobretudo o norte e centro do país, em particular a área da capital, Adis Abeba, e a região Amhara.
Os conflitos entre grupos étnicos na Etiópia, maioritariamente de motivações territoriais, registam-se desde que o primeiro-ministro reformador Abiy Ahmed assumiu funções, em abril do ano passado.
Segundo dados da ONU, há cerca de três milhões de deslocados na Etiópia desde o final de 2018, devido a estes conflitos.