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China alerta para "crescentes dificuldades" para se estudar nos EUA

A China alertou hoje estudantes e académicos chineses para as "crescentes dificuldades" em visitar os Estados Unidos, à medida que a escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se reflete no relacionamento bilateral.

China alerta para "crescentes dificuldades" para se estudar nos EUA
Notícias ao Minuto

08:13 - 04/06/19 por Lusa

Mundo Guerra comercial

"As emissões de vistos para estudantes chineses nos Estados Unidos estão a ser dificultadas. O período de revisão do visto foi ampliado, o período de validade reduzido e a taxa de rejeição aumentou", apontou o ministério chinês da Educação, numa altura em que muitos estudantes se preparam para pedir visto para o próximo ano letivo.

"Isto está a afetar os estudantes chineses nos Estados Unidos a completarem normalmente ou com sucesso os seus estudos", lê-se no comunicado.

A mesma nota exortou os pais chineses a avaliarem com cautela os riscos de visitarem os EUA.

A advertência de Pequim surgiu depois de Washington ter cancelado vistos de 10 anos para alguns proeminentes acadêmicos chineses, e apelado às universidades norte-americanas que protejam os seus laboratórios contra estudantes chineses que tentam usurpar tecnologia.

Os dois países travam, desde o verão passado, uma guerra comercial e tecnológica que se tem vindo a agravar.

Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro.

Washington colocou ainda a gigante chinesa das telecomunicações Huawei numa lista negra, que restringe as empresas dos EUA de fornecer 'chips', semicondutores, software e outros componentes, sem a aprovação do Governo.

Pequim retaliou com taxas adicionais sobre 60.000 milhões de dólares em bens produzidos nos EUA, que entraram em vigor este fim de semana, e ameaçou estabelecer a sua própria lista de "entidades não confiáveis", que integraria empresas e particulares estrangeiros.

A embaixada dos EUA em Pequim avançou que mais de 350 mil chineses estudaram nos EUA, em 2018.

O número de vistos emitidos para estudar nas principais universidades norte-americanas têm vindo a subir de ano para ano, segundo a mesma fonte.

O Departamento de Estado norte-americano informou que os EUA continuam a dar as boas-vindas a centenas de milhares de estudantes e acadêmicos chineses para "atividades académicas legítimas", mas que se reserva ao direito de rejeitar ou atrasar pedidos de visto "devido a preocupações com a segurança nacional".

A mesma fonte afirmou que os serviços de inteligência e policiamento dos EUA identificaram um número crescente de casos em que serviços de inteligência estrangeiros cooptam académicos, pesquisadores e outros para conduzir atividades em nome de governos estrangeiros nos Estados Unidos.

"Não podemos discutir publicamente detalhes sobre qualquer caso específico. No entanto, quando essa atividade é identificada, as agências norte-americanas agem para proteger os interesses dos EUA e os cidadãos norte-americanos, usando uma variedade de vias legais, assentes no nosso Estado de Direito", disse.

Apesar do alerta, as estatísticas mostram que a maioria dos estudantes chineses viajam para os EUA sem problemas.

Segundo estatísticas oferecidas pelo ministério chinês da Educação, entre os mais de 10.000 chineses cujos estudos nos EUA foram subsidiados pelo Governo chinês, em 2018, apenas 331 pessoas não obtiveram visto.

No primeiro trimestre deste ano, 182 dos 1.353 estudantes com bolsas de estudo oferecidas pelo governo chinês não conseguiram obter visto.

No total, mais de 100 mil estudantes chineses estavam matriculados em universidades norte-americanas, em 2018.

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