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Tsipras atribui críticas de Bruxelas a pressões dos conservadores gregos
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, rejeitou hoje as críticas de Bruxelas sobre as recentes medidas de reduções fiscais e atribuiu-as a possíveis pressões dos seus adversários conservadores a um mês das legislativas antecipadas.
© Reuters
Mundo Tsipras
Em declarações aos media, o chefe do Governo, suportado pela coligação de esquerda Syriza, indicou que "círculos ultraconservadores em Bruxelas procuram semear a dúvida sobre a nossa política governamental e criar obstáculos aos nossos projetos".
O vice-presidente da Comissão europeia, o letão Valdis Drombrovskis, considerou na quarta-feira que o pacote de medidas anunciado por Tsipras em maio, duas semanas antes das eleições europeias, "é dispendioso e não segue na boa direção".
"Estas medidas colocam em perigo a realização do objetivo acordado com Atenas de um excedente orçamental de 3,5% do PIB em 2019 e anos seguintes", declarou, e ao considerar que "o ritmo das reformas abrandou nos últimos meses".
Numa tentativa de inverter a popularidade após quatro anos no poder, o Governo aprovou em maio uma diminuição dos impostos e um aumento das reformas mais baixas. Tsipras ainda apresentar no parlamento uma nova redução de impostos sobre o rendimento.
Ainda na quarta-feira, o Comissário europeu para os Assuntos económicos, Pierre Moscovici, considerou "positivos" os resultados financeiros de Atenas após um excedente orçamental pelo terceiro ano consecutivo em 2018.
No entanto, considerou que o relatório de Bruxelas sobre a Grécia "também reflete diversos atrasos na aplicação dos compromissos de reforma", e evoca "os riscos sobre a concretização dos objetivos orçamentais após as medidas adotadas no mês anterior".
Para o ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, a economia grega deverá ultrapassar os objetivos exigidos pelos seus credores (União Europeia e FMI), permitindo a aplicação das medidas de benefícios fiscais, refere a agência noticiosa AFP.
Alexis Tsipras, e quando as sondagens para as legislativas antecipadas de 07 de julho continuam a dar vantagem aos conservadores da Nova Democracia (ND, oposição) após a sua vitória nas europeias, alertou contra o "perigo de ver regressar os dias sombrios (...) de uma estrita austeridade".
O líder da ND, Kyriakos Mitsotakis, acusou recentemente Alexis Tsipras de impor no parlamento uma "profusão de promessas de campanha" antes do escrutínio.
Atenas concluiu os programas de ajuda externa em agosto de 2018 após ter retomado o crescimento económico em 2017. No entanto, o país permanece sob estrita vigilância dos credores internacionais.
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