Nobel da Paz e líder da extrema-direita em sintonia sobre o Islão
Aung San Suu Kyi encontrou-se com Viktor Orbán. Em cima da mesa esteve o "crescimento das populações muçulmanas" na Europa e no sudeste asiático.
© Reuters
Mundo Aung San Suu Kyi
Numa pouco habitual visita ao continente europeu, Aung San Suu Kyi, líder de Myanmar e Nobel da Paz, encontrou-se com Viktor Orbán, presidente húngaro e um dos expoentes da extrema-direita na Europa, em Budapeste. Ambos estão em sintonia relativamente à imigração e ao Islão, segundo o The Guardian.
“Os dois líderes sublinharam que um dos grandes desafios atuais para ambos os países e as suas respetivas regiões – o sudeste da Ásia e a Europa – é a migração. Eles salientaram que ambas as regiões assistiram à emergência da questão da coexistência com o contínuo crescimento das populações muçulmanas”, pode ler-se num comunicado divulgado depois do encontro entre Suu Kyi e Orbán.
Anteriormente considerada um farol da luta pela democracia em Myanmar, Aung San Suu Kyi tem sido alvo de várias críticas de governos ocidentais e de organizações de defesa dos direitos humanos. A líder birmanesa não se pronunciou sobre a violenta repressão militar contra a minoria muçulmana Rohingya em 2017, que resultou na morte e na violação de milhares de pessoas e que as Nações Unidas definiram como uma limpeza étnica.
A Nobel da Paz chegou mesmo a defender a brutalidade do exército de Myanmar contra a população muçulmana e desde então foi incapaz de garantir um regresso seguro ao país aos milhões de rohingyas que fugiram e se refugiaram no Bangladesh.
Antes deste encontro com Viktor Orbán, Aung San Suu Kyi esteve na República Checa onde se encontrou com o primeiro-ministro Andrej Babis, um governante populista que recentemente tem sido muito contestado pelos checos, que saíram para a rua para pedir a sua demissão.
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