Rússia alerta contra "subida das tensões" no Médio Oriente
O Kremlin alertou hoje contra uma "subida das tensões" após o anúncio do envio de mais um milhar de soldados norte-americanos para o Médio Oriente e de que o Irão vai ultrapassar um limite do acordo nuclear de 2015.
© Reuters
Mundo Peskov
"Apelamos à moderação de todas as partes. Preferíamos não ver medidas suscetíveis de provocar uma subida das tensões nesta região já instável", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Washington anunciou na segunda-feira que decidiu enviar mais cerca de 1.000 soldados para o Médio Oriente num contexto de crescente tensão com o Irão.
O anúncio ocorreu pouco depois de Teerão ter advertido que ultrapassará em breve um limite previsto pelo acordo internacional sobre o seu programa nuclear, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em 2018 antes de restabelecerem pesadas sanções económicas contra o Irão.
"Hoje começou a contagem regressiva para ultrapassar os 300 quilos de reservas enriquecidas de urânio e daqui a 10 dias, ou seja, em 27 de junho, vamos ultrapassar esse limite", afirmou o porta-voz da Organização iraniana de Energia Atómica, Behrouz Kamalvandi, em conferência de imprensa emitida pela televisão estatal iraniana.
O acordo assinado em Viena com o chamado grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia -- mais a Alemanha) determina que o Irão deve exportar os excedentes de urânio e água pesada quando estes ultrapassam os 300 quilogramas e as 130 toneladas, respetivamente, para impedir o desenvolvimento da bomba atómica.
Até agora, a Agência Internacional de Energia Atómica, que fiscaliza a aplicação do acordo, certificou que o Irão cumpre com os compromissos assumidos em Viena.
"Partimos sempre do princípio que Teerão se manterá no acordo nuclear e que será fiel aos seus compromissos", sublinhou Peskov, precisando que esta questão foi abordada num encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo iraniano, Hassan Rohani, na passada sexta-feira à margem de uma cimeira no Quirguistão.
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