Lugares de topo da UE podem conhecer desenvolvimentos no Japão
Em vésperas de novo Conselho Europeu extraordinário, no domingo em Bruxelas, sobre as nomeações para os lugares institucionais de topo europeus, muitos esperam que as negociações conheçam desenvolvimentos no Japão, onde vários líderes europeus participam na cimeira do G20.
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Mundo Negociações
Após a cimeira inconclusiva de 20 de junho passado -- que terminou já na madrugada de 21 sem 'fumo branco' -, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, voltarão a reunir-se em Bruxelas no domingo, já 'sobre' o prazo limite para tentar encontrar um compromisso, pois dois dias depois, em 02 de julho, tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu, na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados 'em pacote'.
Sem sinais de as três grandes políticas famílias europeias -- Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas Europeus e Liberais -- estarem a aproximar-se de um acordo, designadamente em torno do nome a designar para a presidência da Comissão Europeia, o cargo mais cobiçado, as atenções estarão viradas para, já que alguns dos principais decisores rumam ao Japão para Osaka participar na cimeira do G20, designadamente a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente do Governo espanhol Pedro Sánchez, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, três das mais altas figuras de PPE, Socialistas e Liberais.
O nome do alemão Manfred Weber tem constituído o principal entrave a um compromisso, pois o PPE, vencedor das eleições de maio passado, insiste na nomeação daquele que foi o seu 'Spitzenkandidat' (candidato principal) à presidência da Comissão, mas Socialistas e Liberais opõem-se determinantemente à sua designação, 'oferecendo' em alternativa os respetivos candidatos principais, o holandês Frans Timmermans e a dinamarquesa Margrethe Vestager.
À falta de um compromisso entre as famílias políticas, nenhum destes três nomes reuniu uma maioria no Conselho na última cimeira, e a própria Merkel tem dado sinais de que, embora fosse favorável a que continuasse a ser seguido o modelo dos 'Spitzenkandidaten' (inaugurado em 2014, com a nomeação de Jean-Claude Juncker), está disposta a renunciar ao seu 'candidato' para que seja possível chegar a um entendimento (e mantendo o PPE a presidência da Comissão).
Entre os nomes apontados nos 'corredores' de Bruxelas como possíveis alternativas a Weber, contam-se o do francês Michel Barnier (o negociador da UE para o 'Brexit'), o antigo primeiro-ministro finlandês Alexander Stubb (que foi precisamente o adversário de Weber na corrida a 'Spitzenkandidat' do PPE), a antiga comissária búlgara Kristalina Georgieva (que foi adversária de António Guterres à liderança da ONU), a francesa Christine Lagarde (diretora do FMI), a Presidente croata, Kolinda Grabar-Kitarovic, e até o atual presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk.
O relógio, no entanto, não para, e com o aproximar da sessão constitutiva do Parlamento Europeu já resta pouco tempo aos líderes da UE para chegarem a um entendimento que evite uma crise institucional na União, e que, em último caso, forçaria a atual 'Comissão Juncker' a estender o seu mandato, que termina em 31 de outubro próximo.
Além da presidência da Comissão - o posto que todos querem, e pelo qual estão dispostos a 'abrir mão' dos restantes - estão em jogo as presidências do Conselho Europeu, do Banco Central Europeu e de Alto Representante para a Política Externa, assim como a presidência do Parlamento Europeu, já que, embora esta seja decidida pelos eurodeputados, é tradicionalmente também negociada 'em pacote', de modo a serem respeitados os necessários equilíbrios (partidários, geográficos, demográficos e de género) na distribuição dos postos.
Com os serviços do Conselho a anunciarem desde já que a cimeira de domingo (com início agendado para as 18h00 locais, 17h00 de Lisboa) pode prolongar-se até um "pequeno-almoço na segunda-feira", 01 de julho, o Parlamento Europeu já decidiu adiar por 24 horas a eleição do seu novo presidente, que estava agendada para 02 de julho, primeiro dia da sessão, e passa para quarta-feira, esperando que até lá o Conselho chegue a um compromisso, que pode então ficar 'esboçado' em... Osaka.
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