"Eu estou extremamente furioso que uma coisa como essa possa ter acontecido" mas "ninguém apontou diretamente o dedo" ao dirigente saudita, declarou Donald Trump, durante uma conferência de imprensa no final da cimeira do G20 em Osaka, no Japão.
Durante um pequeno-almoço de trabalho, Trump considerou o príncipe herdeiro como um "amigo" e felicitou-o pelo seu "trabalho espetacular", mas ignorou muitas perguntas dos jornalistas sobre o envolvimento deste no assassínio do jornalista no ano passado.
Trump também sublinhou que a "Arábia Saudita é um bom comprador de produtos norte-americanos".
Vários jornalistas fizeram perguntas a Trump sobre o assassínio do jornalista saudita, mas o Presidente norte-americano ignorou-as, aparentando estar irritado com a insistência no assunto.
Num comunicado emitido depois da reunião de hoje, a Casa Branca assegurou que ambos os líderes tinham conversado sobre a "importância dos direitos humanos", mas não mencionou o caso do jornalista.
Khashoggi, colunista do jornal diário The Washington Post e critico da monarquia da Arábia Saudita, foi alegadamente assassinado e esquartejado por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, em 02 de outubro de 2018.
Este mes, a ONU publicou um relatório que responsabiliza diretamente o príncipe Bin Salman do assassínio de Khashoggi, e pediu mais sanções internacionais contra a monarquia saudita e a continuação das investigações sob os auspícios do organismo internacional.
No encontro em Osaka, Trump e bin Salman também falaram do "papel chave da Arábia Saudita na hora de garantir a estabilidade no Médio Oriente e nos mercados globais de petróleo" e da "crescente ameaça do Irão". O aumento do comércio e do investimento bilaterais também foi debatido pelos dois responsáveis, segundo a Casa Branca.