"Um Governo que inclua [Pablo] Iglesias [como vice-presidente] não funcionaria, e estaria paralisado pelas próprias contradições internas" desse executivo, afirmou Sánchez numa entrevista à televisão La Sexta.
O candidato do PSOE [Partido Socialista Operário Espanhol] a continuar a chefiar o Governo deu como exemplo as divergências entre os dois sobre a questão da Catalunha, uma região no nordeste de Espanha que tentou ganhar a sua independência em 2017 e provocou uma das maiores crises políticas que o país já atravessou.
Apesar desta posição, Sánchez precisa dos votos do Unidas Podemos (extrema-esquerda) e de outros pequenos partidos regionais para ser reconduzido como chefe de Governo numa votação de investidura que vai ter lugar na terça-feira ou na quinta-feira, caso não consiga ser aprovada na primeira vez.
A formação de extrema-esquerda exige a entrada de dirigentes seus, como ministros, no futuro Governo espanhol, possibilidade que os socialistas recusam terminantemente, preferindo apenas o seu apoio parlamentar e avançando com a eventual concessão de lugares intermédios de poder (secretarias de Estado e direções-gerais) ou de ministros de perfil mais técnico do que político.
Entretanto, Pablo Iglesias promoveu uma consulta interna sobre a posição que os seus deputados deveriam ter na votação de investidura da próxima semana.
O resultado dessa consulta deverá ser conhecido ainda hoje e tudo aponta que apoie a estratégia conduzida até agora pelo líder da extrema-esquerda.
Se Pedro Sánchez não conseguir ser eleito poderá ser necessária a marcação de eleições antecipadas, visto que a Constituição espanhola prevê a dissolução do Parlamento se ninguém tiver sido eleito chefe de governo dois meses após a primeira investidura.