Uma acusação divulgada hoje no tribunal federal de Alexandria, no Estado da Virgínia, imputa ao empresário libano-norte-americano George Nader, de 60 anos, o transporte de um rapaz com 14 anos, da Europa para Washington, Distrito de Columbia, em fevereiro de 2000, com quem praticou diversos atos sexuais.
Esta acusação soma-se às de posse de pornografia com crianças que lhe foram dirigidas quando foi detido em junho.
O nome de Nader aparece mais de 100 vezes no relatório de Mueller sobre a alegada interferência da Federação Russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, que conduziram à vitória de Donald Trump.
Neste documento, detalharam-se os seus esforços em missão de ligação entre um banqueiro russo, próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, e membros da equipa de transição de Trump.
Nader também tem sido um conselheiro do círculo dirigente dos Emirados Árabes Unidos (EAU), um forte aliado saudita, e em abril de 2017 canalizou 2,5 milhões de dólares (2,2 milhões de euros) para um dos principais angariadores de fundos de Trump, Elliott Broidy, através de uma empresa no Canadá, noticiou a AP em 2018.
O objetivo era persuadir os EUA a assumir posições críticas do Qatar, um velho aliado dos norte-americanos, mas agora adversário dos EAU.
Os advogados de Nader não responderam de imediato a mensagens de correio eletrónico a solicitar comentários.
Apesar de acusação de tráfico sexual ser nova, as alegações sobre as práticas sexuais de Nader não são.
Em 2003, Nader foi condenado na República Checa, pelo Tribunal Municipal de Praga, por 10 casos de abuso sexual de menores e sentenciado a um ano de cadeia.
Nader também se tinha declarado culpado de uma acusação de transporte de imagens de pornografia com crianças, no Estado da Virgínia, em 1991.
A investigação em curso sobre Nader começou em 2018 quando foram encontradas imagens de sexo com crianças e animais no seu telemóvel, depois de ter sido confiscado sob um mandado, no âmbito da investigação de Mueller.
Nader está em prisão preventiva, enquanto aguarda pelo julgamento, cujo início está marcado para 30 de setembro.