"O Irão tem sido e será o principal guardião da segurança e da liberdade de navegação no golfo Pérsico, no estreito de Ormuz e no mar de Omã", defendeu Hassan Rohani, de acordo com uma nota divulgada pela Presidência iraniana.
Rohani pronunciou-se horas depois de o Reino Unido ter proposto formar "uma missão marítima europeia" para proteger os navios de carga que transitam por Ormuz, onde o Irão capturou na sexta-feira o petroleiro britânico 'Stena Impero'.
Numa reunião, na segunda-feira à noite, em Teerão, com o primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdelmahdi, o líder iraniano destacou também que o Irão "não pretende aumentar as tensões na região e que nunca iniciará uma guerra".
"Acreditamos que os problemas da região devem ser resolvidos através do diálogo, da negociação e da cooperação entre os países vizinhos", acrescentou.
Sobre o Iraque, Rohani acrescentou que, devido à instabilidade na região, "o desenvolvimento da cooperação entre Teerão e Bagdade vai melhorar a segurança".
Rohani e Abdelmahdi também discutiram as relações bilaterais e, em particular, a cooperação comercial e económica, dado a importância das exportações iranianas para o Iraque.
No passado, o Iraque também se ofereceu para servir de mediador entre o Irão e os Estados Unidos para aliviar a tensão, um papel para o qual Omã também está no horizonte e cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Yusuf bin Alawi, viajará para Teerão no próximo sábado.
A crise no golfo Pérsico foi agravada na sexta-feira passada com a captura, pelos Guardas da Revolução iranianos, do petroleiro britânico 'Stena Impero'.
As autoridades iranianas insistiram que o navio foi detido por não cumprir as regras da navegação marítima, algo que o Reino Unido recusou aceitar.
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, disse já ter mantido conversações com os homólogos de vários países da União Europeia para formar uma unidade focada em garantir a "navegação livre e segura" em Ormuz.
"Se o Irão continuar por este caminho perigoso, terá de aceitar o preço de uma maior presença ocidental nas águas costeiras, não porque queremos aumentar as tensões, mas porque a liberdade de navegação é um princípio que o Reino Unido e aliados sempre defenderão", disse.