Irão é "guardião da segurança" em Ormuz e não procura tensões, diz Rohani

O presidente do Irão garantiu que o país é o "guardião da segurança" no golfo Pérsico e no estreito de Ormuz e desmentiu procurar um aumento das tensões, apesar da captura de um petroleiro britânico, foi hoje anunciado.

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Lusa
23/07/2019 07:59 ‧ 23/07/2019 por Lusa

Mundo

Irão/Reino Unido

"O Irão tem sido e será o principal guardião da segurança e da liberdade de navegação no golfo Pérsico, no estreito de Ormuz e no mar de Omã", defendeu Hassan Rohani, de acordo com uma nota divulgada pela Presidência iraniana.

Rohani pronunciou-se horas depois de o Reino Unido ter proposto formar "uma missão marítima europeia" para proteger os navios de carga que transitam por Ormuz, onde o Irão capturou na sexta-feira o petroleiro britânico 'Stena Impero'.

Numa reunião, na segunda-feira à noite, em Teerão, com o primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdelmahdi, o líder iraniano destacou também que o Irão "não pretende aumentar as tensões na região e que nunca iniciará uma guerra".

"Acreditamos que os problemas da região devem ser resolvidos através do diálogo, da negociação e da cooperação entre os países vizinhos", acrescentou.

Sobre o Iraque, Rohani acrescentou que, devido à instabilidade na região, "o desenvolvimento da cooperação entre Teerão e Bagdade vai melhorar a segurança".

Rohani e Abdelmahdi também discutiram as relações bilaterais e, em particular, a cooperação comercial e económica, dado a importância das exportações iranianas para o Iraque.

No passado, o Iraque também se ofereceu para servir de mediador entre o Irão e os Estados Unidos para aliviar a tensão, um papel para o qual Omã também está no horizonte e cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Yusuf bin Alawi, viajará para Teerão no próximo sábado.

A crise no golfo Pérsico foi agravada na sexta-feira passada com a captura, pelos Guardas da Revolução iranianos, do petroleiro britânico 'Stena Impero'.

As autoridades iranianas insistiram que o navio foi detido por não cumprir as regras da navegação marítima, algo que o Reino Unido recusou aceitar.

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, disse já ter mantido conversações com os homólogos de vários países da União Europeia para formar uma unidade focada em garantir a "navegação livre e segura" em Ormuz.

"Se o Irão continuar por este caminho perigoso, terá de aceitar o preço de uma maior presença ocidental nas águas costeiras, não porque queremos aumentar as tensões, mas porque a liberdade de navegação é um princípio que o Reino Unido e aliados sempre defenderão", disse.

 

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