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China vai financiar 85% de projeto ferroviário relançado pela Malásia

Um banco estatal da China vai financiar 85% da construção de uma malha ferroviária na Malásia, que impulsionará o desenvolvimento económico nos estados pobres do leste, informou hoje o ministro dos Transportes, Loke Siew Fook.

China vai financiar 85% de projeto ferroviário relançado pela Malásia
Notícias ao Minuto

09:02 - 25/07/19 por Lusa

Mundo Desenvolvimento

A ligação ferroviária da costa leste da Malásia, cujo preço de construção ascende a 10.700 milhões de dólares, foi suspensa há um ano, após a eleição do atual primeiro-ministro, Mahathir Mohamad.

O Governo malaio disse, em abril, que relançaria a obra, depois de o empreiteiro chinês aceitar reduzir os custos de construção em um terço.

O projeto vai ligar a costa oeste da Malásia aos estados mais pobres do leste e é parte fundamental do projeto chinês de infraestruturas "Uma Faixa, Uma Rota".

Lançado em 2013, pelo Presidente chinês, Xi Jinping, o projeto inclui aeroportos, linhas ferroviárias, centrais elétricas ou zonas de comércio livre, visando dinamizar regiões pouco integradas na economia global.

Bancos e outras instituições chinesas estão a conceder enormes empréstimos no quadro da iniciativa, que inclui ainda uma malha ferroviária e autoestradas, a ligar a região oeste da China à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas do próspero litoral chinês.

Numa cerimónia no nordeste do estado de Terengganu, para relançar o projeto, Loke disse que a estatal Malaysia Rail Link finalizou as negociações com o Banco de Exportação e Importação da China e que um acordo vai ser assinado em breve.

Loke afirmou que o projeto ferroviário, com uma extensão de 640 quilómetros, reduzirá o tempo de viagem entre Kota Baru, no estado de Kelantan, e a capital administrativa do governo, Putrajaya, para quatro horas.

Por estrada, a viagem demora pelo menos oito horas.

Com uma velocidade média de 160 quilómetros por hora, a nova ligação ferroviária vai passar por cinco estados e terá 20 estações, e deve estar concluída em dezembro de 2026, incluindo entre 30 e 40 túneis e múltiplos viadutos, segundo o ministro.

Loke Siew Fook disse que o projeto vai impulsionar o comércio e o turismo e atrair investimento.

O embaixador chinês Bai Tian citou um estudo malaio que prevê que a ligação ferroviária impulsionará em 2,7% o crescimento económico da Malásia.

Bai considerou o projeto como um "fator decisivo" que vai revitalizar a economia da costa leste e estreitar os laços entre a Malásia e a China.

A Malaysia Rail Link e a China Communications Construction Company Ltd., que estão a desenvolver o projeto, planeiam formar uma 'joint venture', com participação de 50% para cada parte.

O primeiro-ministro malaio, Mahathir Mohamad, disse que facto de o custo do projeto poder ser reduzido em 5,2 mil milhões de dólares mostra que as projeções iniciais foram inflacionadas, quando o ex-primeiro-ministro Najib Razak concedeu o contrato inicial à CCCC, em 2016.

Mahathir decidiu renegociar o acordo, em vez de pagar uma compensação de 5,3 mil milhões de dólares.

Desde que assumiu o poder depois de uma histórica vitória eleitoral, no ano passado, o Governo de Mahathir cancelou ou reviu projetos de infraestrutura em larga escala, após ter descoberto que a dívida nacional disparou, culpando a corrupção no Governo do ex-primeiro-ministro Najib Razak.

Mahathir suspendeu então a construção dos dois gasodutos, um na península da Malásia e outro na ilha de Bornéu, e também uma ligação ferroviária que ligaria a costa oeste da Malásia aos estados rurais orientais, tudo contratos assinados pelo governo anterior, e que se inserem na iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota".

O Governo malaio disse que está a investigar se algum do dinheiro destinado a projetos apoiados pela China foi usado pelo governo de Najib para pagar as dívidas do fundo de investimento 1MDB.

Um enorme escândalo financeiro no 1MDB levou à derrota da coligação de Najib, em maio de 2018.

O antigo primeiro-ministro está a ser julgado por múltiplas acusações de corrupção ligadas àquele fundo.

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