Comissão Europeia acompanha "desenvolvimentos" crise política em Itália
A Comissão Europeia indicou hoje estar a acompanhar "os desenvolvimentos" da instabilidade política em Itália, marcada pela oposição do partido de extrema-direita Liga ao Governo que apoiava, rejeitando, porém, interferir na situação.
© Reuters
Mundo Giuseppe Conte
"Estamos a seguir os desenvolvimentos dessa situação, mas não comentamos os processos democráticos dos nossos Estados-membros", referiu o porta-voz da Comissão Europeia Christian Wigand, quando questionado sobre a situação política em Itália na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas.
Na sexta-feira, o partido italiano de extrema-direita Liga anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao primeiro-ministro, Giuseppe Conte, a quem apoiou até agora no âmbito da coligação com o Movimento Cinco Estrelas (M5S).
O líder da Liga, que é vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, Matteo Salvini, já tinha anunciado no dia anterior, na quinta-feira, a intenção de abandonar a coligação e pedir eleições antecipadas, dadas as divergências em várias questões.
"Demasiados 'nãos' prejudicam Itália, que precisa voltar a crescer e voltar a votar rapidamente. Quem perder tempo prejudica o país", referiu num comunicado divulgado pelo partido.
Salvini exigiu que os senadores e deputados suspendam as férias e regressem a Roma para que o primeiro-ministro constate a sua falta de apoio no parlamento, apresente a sua renúncia e o chefe de Estado, Sérgio Mattarella, convoque novas eleições.
Na quinta-feira, Conte acusou Salvini de acabar com a coligação para aproveitar os bons resultados das eleições europeias (em que obteve 34%) e adiantou que vai ao parlamento para pedir explicações.
Os senadores italianos reúnem-se hoje à tarde para uma primeira decisão sobre o futuro do Governo de Giuseppe Conte.
Os líderes dos grupos parlamentares da câmara alta reúnem-se a partir das 16:00 locais (15:00 em Lisboa).
Em cima da mesa vai estar a moção de censura ao primeiro-ministro apresentada pela Liga, que os parlamentares têm de decidir quando será submetida a votação no parlamento, atualmente em férias parlamentares. As regras determinam que uma decisão seja tomada no prazo de 10 dias.
Caso o Governo caia e em sequência o Presidente decida dissolver o Parlamento e convocar eleições, Salvini já anunciou que se apresentará como candidato a primeiro-ministro.
O anúncio de Salvini aumentou o clima de instabilidade da economia italiana, a terceira maior da zona do euro.
Nos últimos meses, Bruxelas pressionou Roma para reduzir o seu défice público criando uma tensão com o Governo italiano, que, entretanto, aceitou reduzi-lo para 2,04% em 2019, em vez dos 2,4% projetados.
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