Iglesias está de novo disponível para negociar coligação com socialistas

O líder do Unidas Podemos, Pablo Iglesias, disse hoje que se o PSOE repetir a proposta que apresentou em julho, para um Governo de coligação para Espanha, aceitará negociar e chegar a um acordo, "numa questão de horas".

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Lusa
29/08/2019 15:20 ‧ 29/08/2019 por Lusa

Mundo

Espanha

No início de julho, a direção do Partido Socialista espanhol (PSOE), no poder, apresentou ao Podemos uma proposta para trabalhar em conjunto um pacto programático para um Governo de coligação, em que a formação de esquerda liderada por Pablo Iglesias teria direito a nomear membros para postos intermédios da Administração, mas não no Conselho de Ministros.

O Podemos rejeitou a ideia e, no final de julho, apresentou uma contraproposta em que reclamava uma vice-presidência e a presença do partido em três ministérios, numa solução rejeitada dias depois pelo líder do PSOE, Pedro Sánchez, por a considerar "inviável", convidando Iglesias a formular "outras fórmulas".

Em 25 de julho, o Parlamento espanhol chumbou, pela segunda vez numa semana, a recondução como primeiro-ministro de Pedro Sánchez, que tem até setembro para fazer uma nova tentativa, para evitar eleições antecipadas.

Numa entrevista à Rádio Cadena Ser, Pablo Iglesias disse hoje que o seu partido está disponível para voltar a olhar com atenção para a proposta socialista apresentada em julho, desde que o PSOE aceite algumas outras condições que têm sido apresentadas pelo Podemos nas últimas semanas.

Pablo Iglésias diz que é imperativo que exista um Governo de coligação e que se "acabaram as desculpas" para que Sánchez continue vetar a entrada do Podemos no seu executivo, mostrando-se recetivo a voltar a negociar e a chegar a um acordo, "numa questão de horas".

O líder do Podemos considera que Pedro Sánchez revelaria "falta de jeito" político, se no final desta crise política em Espanha conduzisse o país para novas eleições.

Assim, Pablo Iglésias prometeu que está disposto a rever a proposta socialista, apresentada em julho, desde que o PSOE aceite incluir no programa governamental algumas exigências do Podemos, nomeadamente políticas ativas de emprego e a criação do Ministério para a Transição Ecológica.

Na semana passada, em reação à contraproposta do Unidas Podemos, o PSOE considerou que havia muitos pontos em comum entre os dois partidos, mas acusava Iglesias de não fazer cedências relativamente às propostas inicialmente apresentadas, especialmente nas exigências de participação no executivo ministerial.

"Defendemos um único Governo, com uma estrutura de funcionamento clara e eficaz que evite a existência de dois governos dentro do mesmo Conselho de Ministros", lia-se no comunicado, que acrescentava que o fracasso na investidura "evidenciou a inviabilidade de um governo de coligação".

Hoje, Pablo Iglesias deixou claro que se empenhará em se voltar a sentar à mesa com o PSOE, para tentar evitar o cenário de novas eleições, alertando os socialistas de que se esperam conseguir aí uma maioria absoluta estão "totalmente enganados".

Iglesias, na entrevista hoje difundida, disse que não tem tido contactos com Sánchez, para além das palavras que trocaram quando discutiram as primeiras propostas de um Governo de coligação.

O líder do Podemos disse ainda que o seu partido está totalmente preparado para Governar, apresentando como crédito a experiência de governação em seis comunidades autonómicas, onde fazem coligação com os socialistas.

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