Oposição em Moçambique inicia campanha a atacar poder com caso de dívidas
O principal partido da oposição em Moçambique, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), iniciou a campanha eleitoral sem o líder, Ossufo Momade, e atacou o partido no poder por ter contraído dívidas ocultas de 2,2 mil milhões de dólares.
© Lusa
Mundo Renamo
"Contraíram uma dívida sem o consentimento do povo moçambicano, aquilo a que hoje chamamos de dívidas ocultas", destacou André Magibire, secretário-geral da Renamo, num ataque à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), durante um comício realizado no sábado, na Matola, subúrbios de Maputo, que marcou o arranque da campanha eleitoral.
Após uma caravana pela cidade, foi em frente a um mercado que Magibire se dirigiu à população.
"Quem contraiu [as dívidas]?", perguntou o dirigente, com o público a responder: "a Frelimo".
"Quem está a sofrer? - O povo", respondeu quem assistia.
O caso das dívidas não declaradas contraídas pelo anterior Governo da Frelimo, entre 2013 e 2014, está sob investigação nos EUA e em Moçambique, com dezenas de detidos por corrupção e lavagem de dinheiro, entre os quais um filho e figuras próximas do ex-presidente Armando Guebuza, o ex-ministro das Finanças Manuel Chang, antigos banqueiros do Credit Suisse e um negociador do estaleiro Privinvest.
Além de focar as dívidas, André Magibire prometeu uma aposta na satisfação das necessidades básicas da população.
A Renamo quer dar prioridade à educação, com uma atenção especial para o ensino técnico-profissional.
O secretário-geral da Renamo pediu o voto no líder do partido e candidato presidencial, Ossufo Momade, que apesar de não ter estado presente era a face estampada nas camisolas dos membros do partido.
Questionada pela Lusa, fonte da força partidária referiu que Momade iniciará a sua presença na campanha nos próximos dias.
O terceiro partido com assento parlamentar, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), tem agendado para domingo um comício de arranque da campanha com o seu líder e candidato presidencial, Daviz Simango, no Gurué, cidade da província da Zambézia, centro do país.
As eleições gerais em Moçambique estão marcadas para 15 de outubro e além do parlamento e Presidente da República, vão, pela primeira vez, servir para escolher os governadores provinciais - até agora nomeados pelo poder central.
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