Deputados contornam Boris e abrem caminho a possível adiamento do Brexit

O projeto de lei para impor um adiamento do Brexit se o governo britânico não negociar com Bruxelas um novo acordo de saída será discutido e votado esta quarta-feira. Boris Johnson diz que não quer eleições, mas ameaça convocá-las se lei for aprovada.

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Anabela Sousa Dantas com Lusa
03/09/2019 22:25 ‧ 03/09/2019 por Anabela Sousa Dantas com Lusa

Mundo

Brexit

O Parlamento britânico aprovou esta terça-feira, por 328 votos contra 301, uma moção para debater e votar o projeto de lei que impõe um novo adiamento do Brexit caso o governo não chegue a acordo com Bruxelas até 31 de outubro.

Se o projeto de lei for aprovado esta quarta-feira, pela Câmara dos Comuns, a saída sem acordo deixa de ser possível.

Os deputados aplicam, assim, um sério revés nas intenções de Boris Johnson, que perde o controlo do processo de saída do bloco comunitário, e que já ameaça com eleições, cenário que até agora afastava.

"Se os deputados votarem amanhã [quarta-feira] um novo adiamento sem sentido do Brexit, então essa será a única forma de resolver isto", indicou o primeiro-ministro britânico.

A derrota do Governo, que esta terça-feira perdeu a maioria devido à deserção de Philip Lee para os Liberais Democratas, foi determinada pelo voto a favor da moção por parte de vários deputados conservadores, que contrariaram a orientação do partido Conservador.

Boris Johnson ameaçou expulsar os "rebeldes" do grupo parlamentar e proibir de se recandidatarem pelos 'tories'.

Além dos "rebeldes" conservadores, a moção foi apoiada pela oposição ao Governo, nomeadamente partido Trabalhista, Liberais Democratas, os nacionalistas escoceses e galeses do SNP e Plaid Cymru e independentes.

A moção retira ao Governo o controlo sobre a agenda parlamentar na quarta-feira e dá a este grupo de deputados a oportunidade para apresentar um projeto de lei e acelerar o processo de aprovação para que todas as etapas sejam concluídas até ao final da tarde desse dia.

O texto passa depois para a Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico, para que seja promulgado nos próximos dias.

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