Boris Johnson preferia estar "morto numa vala" do que pedir adiamento

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, insistiu hoje que eleições legislativas são a única forma de os britânicos poderem decidir se o Reino Unido deve sair da União Europeia a 31 de outubro ou pedir mais um adiamento.

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Lusa com Notícias ao Minuto
05/09/2019 19:00 ‧ 05/09/2019 por Lusa com Notícias ao Minuto

Mundo

Brexit

 

"Se as pessoas realmente pensam que este país deve permanecer na UE para além de 31 de outubro, então essa deve ser uma questão para os eleitores deste país decidirem", disse, durante uma visita a uma academia de polícia em West Yorkshire, no norte de Inglaterra.

Na sua opinião, o projeto de lei aprovado na quarta-feira na Câmara dos Comuns e atualmente em debate na Câmara dos Lordes dá à União Europeia o poder de decidir por quanto tempo o Reino Unido fica na UE. "E eu não penso de todo que esse seja o caminho certo", vincou.

Após o discurso na esquadra da polícia, Boris Johnson referiu que preferia estar "morto numa vala" do que pedir um adiamento. O primeiro-ministro disse preferir não voltar a Bruxelas para solicitar um adiamento ao Brexit para além de 31 de outubro, apesar de esta ser a hipótese mais provável, considerando o projeto de lei que deve ser aprovado pela Câmara dos Lordes na sexta-feira. "Prefiro estar morto em uma vala", disse, como dá conta o The Guardian. 

O Governo britânico pretende submeter ao Parlamento novamente na segunda-feira uma proposta para a realização de eleições antecipadas a 15 de outubro.

A mesma proposta foi inviabilizada na quarta-feira pela oposição, pois o Governo precisava do apoio de 434 deputados, correspondentes a dois terços do total dos membros da Câmara dos Comuns, mas só conseguiu 298 votos a favor.

O líder do partido Trabalhista, na oposição, justificou a posição com a necessidade de garantir que o projeto de lei é promulgado, o que o Governo prometeu agilizar, ao facilitar o processo legislativo para que seja concluído na segunda-feira.

A proposta de eleições antecipadas foi feita após uma derrota na Câmara dos Comuns na terça-feira, que permitiu à oposição e a um grupo de deputados conservadores introduzir legislação para impor um novo adiamento do 'Brexit' e impedir uma saída sem acordo em 31 de outubro.

O texto exige que o primeiro-ministro britânico peça uma nova extensão da data de saída até 31 de janeiro caso o Parlamento não aprove um acordo de saída ou não autorize uma saída sem acordo até 19 de outubro.

A extensão do prazo para o 'Brexit' precisa depois de ser deferida unanimemente pelos restantes 27 Estados-membros da UE.

 

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