Israel a uma semana de legislativas em que se joga futuro de Netanyahu

Israel entra hoje na última semana de campanha para umas legislativas essenciais para a sobrevivência do seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

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Lusa
09/09/2019 16:50 ‧ 09/09/2019 por Lusa

Mundo

Israel

 

O mês de agosto foi de férias para uma parte do eleitorado e os disparos na fronteira com a Faixa de Gaza e depois na fronteira libanesa monopolizaram as notícias.

Agora multiplicam-se os comícios e a propaganda nas rádios para as renhidas eleições, que devem determinar o destino de Netanyahu, em cartazes gigantes nas ruas ao lado dos presidentes norte-americano, Donald Trump, e russo, Vladimir Putin.

O chefe do governo israelita falhou hoje uma tentativa para convencer os deputados a autorizarem a presença de câmaras nas assembleias de voto, para, segundo Netanyahu, evitar "fraudes" e garantir a "transparência".

Para os adversários, tratou-se de uma tentativa de intimidação dos eleitores hostis à sua candidatura, nomeadamente a população árabe israelita, ou mesmo de uma estratégia para pôr em causa um eventual resultado desfavorável.

Mordechai Kremnitzer, especialista em direito constitucional, escreveu no diário Haaretz que o projeto de lei significava apontar uma "arma à cabeça da democracia israelita".

"Não há motivo para os que querem verdadeiras eleições se oporem ao projeto de lei sobre as câmaras que visa prevenir qualquer fraude", reagiu Netanyahu após uma comissão ter impedido a legislação de ser discutida em plenário.

"A única fraude no nosso sistema político é Netanyahu", declarou o seu grande rival Benny Gantz, antigo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, que lidera o partido centrista Azul e Branco, as cores da bandeira israelita.

Para Gantz, "estas eleições não são sobre câmaras, mas sobre a independência da justiça".

Netanyahu deve ser ouvido em outubro pela justiça para responder a acusações de "corrupção", "fraude", "desvio de fundos" e "abuso de confiança" em vários processos.

O chefe do governo não terá de demitir-se se for acusado, apenas se for considerado culpado, mas a primeira possibilidade é suficiente para Gantz rejeitar participar numa coligação governamental com Netanyahu.

Aliados políticos de Netanyahu, líder do Likud (direita), esperam conseguir fazer aprovar, após as eleições, uma lei que lhe dê imunidade, daí a importância de uma vitória.

"Ele (Netanyahu) bate-se pela sua sobrevivência, para não enfrentar a justiça. É uma guerra pessoal", considera Gideon Rahat, professor de ciências políticas na Universidade Hebraica de Jerusalém.

Estas são as segundas legislativas em Israel em menos de seis meses, depois de Netanyahu não ter conseguido formar um governo após as eleições de abril.

O caso das câmaras "faz parte da sua tentativa de mobilizar o seu eleitorado, argumentando que eles -- os árabes, a esquerda, as elites -- estão a tentar roubar a eleição a nós, o povo", comenta Rahat.

De acordo com as sondagens, o Likud e o Azul e Branco estão praticamente lado a lado, com cerca de 30 deputados cada um entre os 120 do parlamento israelita (Knesset).

Cada campo conta também com aliados, partidos à direita ou religiosos para o Likud, e mais à esquerda ou seculares para o Azul e Branco.

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