Não foi à primeira e também não foi à segunda. A moção de Boris Johnson para eleições antecipadas voltou a ser chumbada no parlamento britânico, depois de o pedido já ter tido o mesmo desfecho a semana passada.
Apenas 293 deputados apoiaram a proposta do governo, votada já depois da meia-noite, que precisava de 434 votos para ser aprovada. Na tentativa anterior, no passado dia 4, a moção conseguiu 298 votos a favor.
A maioria da oposição, sobretudo do partido Trabalhista, absteve-se, confirmando uma decisão feita em acordo com os Liberais Democratas e os nacionalistas escoceses do SNP e dos galeses do Plaid Cymru.
Numa reação ao resultado, citada pela BBC, Boris Johnson acusou a oposição de acreditar saber mais do que o povo britânico. "Pedi à Câmara dos Comuns que confiasse no povo, mas uma vez mais a oposição acha que sabe mais", disse.
"Este Governo vai avançar com as negociações para um acordo enquanto se prepara para sair sem um", vincou Boris Johnson, afirmando-se "determinado que [os eleitores] vejam que este Governo está do lado deles".
O líder Trabalhista, Jeremy Corbyn, alegou que o primeiro-ministro continua sem confirmar se vai cumprir a lei promulgada na segunda-feira que determina que peça a Bruxelas um adiamento caso o parlamento não aprove nem um acordo nem autorize um Brexit sem acordo até 19 de outubro.
Jeremy Corbyn criticou ainda o governo por estar a impor uma suspensão do parlamento por cinco semanas - com início no final da sessão de hoje até 14 de outubro - para evitar debater sobre os planos para o Brexit. "Espero que o primeiro-ministro reflita sobre a suspensão do parlamento para evitar que o Governo seja confrontado, porque é isso que ele está a fazer hoje", acusou.