Juncker evoca paciência e Johnson diz-se prudente antes de reunião

A Europa nunca perde a paciência, assegurou hoje o presidente da Comissão Europeia antes de se encontrar com o primeiro-ministro britânico que, por sua vez, se declarou "prudente" relativamente ao resultado do almoço de trabalho dedicado ao Brexit.

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Lusa
16/09/2019 13:28 ‧ 16/09/2019 por Lusa

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Brexit

Em declarações aos jornalistas, antes daquele que é o seu primeiro encontro com Boris Johnson desde que o britânico assumiu o cargo de primeiro-ministro em julho, Jean-Claude Juncker observou que "a Europa nunca perde a paciência", referindo-se ao impasse na saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Minutos depois, quando os dois líderes se cumprimentavam frente às câmaras no Luxemburgo, foi a vez de o chefe do Governo britânico se declarar "prudente, apenas prudente", ao ser questionado pelos jornalistas sobre se estava otimista em relação ao encontro de hoje com o presidente do executivo comunitário.

"Prudentemente otimista", retorquiu Juncker, antes de ambos se dirigirem ao interior do restaurante luxemburguês onde o almoço de trabalho está a decorrer.

No encontro de hoje participa ainda o negociador-chefe do bloco comunitário, Michel Barnier, que na passada semana, diante da Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu, admitiu não ter "razões para estar otimista" sobre a perspetiva de um acordo com o Reino Unido ser alcançado até meados de outubro.

Bruxelas tem-se mostrado aberta a debater qualquer proposta apresentada por Londres, desde que esta respeite as diretrizes negociadores da União Europeia e seja "legal e viável", incluindo eventuais novas soluções para o mecanismo de salvaguarda, comummente conhecido por 'backstop', desenhado para evitar o regresso de uma fronteira física na ilha da Irlanda.

Contudo, na quinta-feira, Barnier transmitiu à Conferência de Presidentes da assembleia europeia que, até este momento, o Governo britânico não apresentou qualquer nova proposta.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tem-se manifestado convicto de que é possível conseguir alterações ao Acordo de Saída firmado em novembro por Bruxelas e a sua antecessora, Theresa May, nomeadamente substituir o 'backstop', e obter um acordo até ao Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro.

"Se forem registados progressos suficientes nos próximos dias, tenho a intenção de participar na cimeira decisiva de 17 de outubro e de finalizar um acordo que proteja os interesses das empresas e dos cidadãos dos dois lados da Mancha e os dois lados da fronteira irlandesa", escreveu numa coluna de opinião publicada no domingo no Daily Telegraph.

Se não conseguir um acordo até 19 de outubro, nem conseguir autorização do parlamento para uma saída sem acordo, terá de cumprir a lei promulgada na segunda-feira que obriga o governo a pedir um adiamento da saída por três meses, até 31 de janeiro.

Os restantes 27 Estados membros da UE têm depois de concordar unanimemente com uma extensão do processo.

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